Um terremoto de magnitude 7,4 deixou nove mortos e pelo menos 800 feridos em Taiwan nesta terça-feira (2), de acordo com autoridades do país. O tremor foi o mais forte a atingir o país em pelo menos 25 anos.
Embora a magnitude do terremoto que atingiu Taiwan seja considerada alta, ao longo da história recente terremotos de menor magnitude já causaram estragos maiores. Basta lembrar do terremoto de magnitude 7,0 que atingiu o Haiti em 2010, deixando entre 220.000 a 300.000 mortos, outros 300.000 feridos e milhões de pessoas deslocadas.
A magnitude influencia a gravidade dos danos, mas ela não é a única que define os estragos causados por um abalo sísmico no país.
Quais os riscos de um terremoto?
Os terremotos em si representam pouco risco direto para as pessoas, já os efeitos causados pelo tremor no solo — como o desabamento de estruturas e prédios, a possibilidade de tsunamis, entre outros — são os verdadeiros perigos após a ocorrência de um terremoto.
O principal risco está no efeito do tremor em edifícios e construções na qual as pessoas se encontram. Os prédios podem desabar ou até mesmo afundar no solo após um terremoto, oferecendo perigo para aqueles que estão dentro das construções ou na rua próximas a elas.
Além disso, o deslocamento do solo pode criar falhas terrestres, ou seja, grandes buracos no chão que afetarão as construções da região.
Os terremotos também podem causar inundações ao romper barragens de rios, ou provocar tsunamis, com ondas de dezenas de metros que atingem cidades litorâneas, criadas pela movimentação do solo embaixo do mar.
Outro perigo são os incêndios, que podem ser iniciados por linhas de gás ou energia danificadas pelo tremor. O que se soma à dificuldade de controlar o fogo em uma cidade destruída.
Quanto maior a magnitude de um terremoto, maior a possibilidade de estragos, mas este não é o único fator decisivo. A infraestrutura e a preparação das cidades afetadas também são decisivas para que os danos sejam maiores ou menores.
A influência da magnitude de um terremoto nos danos causados
Quando a crosta terrestre se desloca abruptamente, ocorre um terremoto, que irradia energia como ondas sísmicas e tremores. Essas ondas sísmicas e os fatores relacionados ao deslocamento do solo que determinam a magnitude de um terremoto.
Segundo o Serviço Geológico dos EUA, a “escala de magnitude de momento” é usada pelos cientistas para categorizar a força e o tamanho dos terremotos. Ela é mais precisa do que a “escala Richter”, usada tempos atrás.
Esta escala de magnitude é baseada no “momento sísmico” do terremoto e mede o quanto a crosta terrestre se desloca, o tamanho da área ao longo da fissura da crosta e a força necessária para superar o atrito naquele local, juntamente com o ondas sísmicas que a mudança cria.
A magnitude do momento será maior se houver mais atrito e deslocamento ao longo de uma distância maior.
A magnitude é classificada em 10 números, com cada aumento de número inteiro igual a 32 vezes mais energia liberada. Veja a escala abaixo:
Um terremoto de magnitude 7,4, como o que atingiu Taiwan, é considerado um terremoto grande, com danos esperados. E segundo o departamento de Sismologia da Universidade de Michigan, são esperados entre 10 e 15 terremotos grandes no planeta por ano.
O terremoto mais forte já registrado no planeta teve magnitude 9,5 e atingiu o Chile em 1960, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O número de mortos estimado na época ficou entre 1.500 e 2.000.
A intensidade de um terremoto é diferente de sua magnitude
A intensidade de um terremoto é medida usando a “Escala Mercalli Modificada” de intensidade, ou MMI.
Ele mede a força do abalo de um terremoto em locais específicos ao redor de seu epicentro – o ponto na superfície da Terra diretamente acima da origem subterrânea do terremoto.
A escala MMI usa algarismos romanos para determinar a intensidade de um terremoto com base em avaliações de danos estruturais e relatórios de observadores.
É importante considerar a intensidade, uma vez que o terreno, a profundidade, a localização e muitos outros fatores desempenham um papel significativo na devastação que um terremoto pode causar.
Veja quais foram os terremotos mais mortais deste século
Confira o ranking global de terremotos mais mortais (com mais de 5 mil mortos) desde 2002, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Ano | País | Magnitude | Mortos | Feridos | Desabrigados | |
2010 | Haiti | 7 | 222.570 | 300.000 | Desconhecido | US$ 11 trilhões |
2004 | Indonésia | 9 | 165.708 | Desconhecido | 532.898 | US$ 7 trilhões |
2008 | China | 8 | 87.476 | 366.596 | Desconhecido | US$ 116 trilhões |
2005 | Paquistão | 8 | 73.338 | 128.309 | 5.000.000 | US$ 8 trilhões |
2004 | Sri Lanka | 9 | 35.399 | 23.176 | 480.000 | US$ 2 trilhões |
2003 | Irã | 7 | 26.796 | 22.628 | 45.000 | US$ 1 trilhão |
2011 | Japão | 9 | 19.846 | 5.933 | Desconhecido | |
2004 | Índia | 9 | 16.389 | 6.913 | Desconhecido | US$ 2 trilhões |
2015 | Nepal | 8 | 8.831 | 17.932 | Desconhecido | US$ 6 trilhões |
2004 | Tailândia | 9 | 8.345 | 8.457 | Desconhecido | US$ 2 trilhões |
2023 | Turquia/Síria | 8 | 7.200 | 35.600 | Desconhecido | Desconhecido |
2006 | Indonésia | 6 | 5.778 | 137.883 | 699.295 | US$ 5 trilhões |
*Com informações de Jennifer Gray, Lauren Said-Moorhouse e Christian Edwards da CNN Internacional e Ben Blanchard e Yimou Lee, da Reuters.
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