O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu recentemente que a invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, não foi bem preparada. Durante uma coletiva de imprensa em Moscou, ele afirmou que a operação militar deveria ter começado antes e com uma preparação mais sistemática.
“A decisão [de invadir] deveria ter sido tomada antes, e deveríamos ter nos preparado mais sistematicamente”, disse.
No dia 24 de fevereiro de 2022, quando as tropas russas atacaram a Ucrânia, muitos analistas acreditavam que Kiev poderia ser tomada em poucos dias.
No entanto, a resistência ucraniana, junto com erros estratégicos russos, como falhas em linhas de suprimento e táticas desatualizadas, frustraram essas expectativas.
Putin também falou pela primeira vez sobre como a guerra o impactou pessoalmente, afirmando: “Eu comecei a fazer menos piadas e quase parei de sorrir. Esses anos foram de tribulação para o país, e para mim também.”
Putin diz que situação está mudando “drasticamente em favor da Rússia”
Apesar das dificuldades enfrentadas por suas tropas, Putin afirmou que “a situação está mudando drasticamente” em favor da Rússia na Ucrânia, refletindo os avanços desde fevereiro, especialmente no leste ucraniano.
Na quinta-feira 19, ele anunciou a captura de mais duas vilas na região de Donetsk. Putin também expressou estar disposto a negociar, mas culpou a outra parte por não querer dialogar. “A política é a arte da acomodação. O problema é que o adversário se recusou a negociar”, afirmou.
A tradicional coletiva de imprensa anual de Putin, ocorrida desde 2001, reuniu cerca de 500 jornalistas e durou 4 horas e 30 minutos.
Durante o evento, ele foi confrontado por questões de jornalistas ocidentais como Keir Simmons, da NBC, que o questionou sobre sua liderança, mencionando que Putin seria “um líder mais fraco” por não ter alcançado seus objetivos na Ucrânia.
Putin rebateu as críticas, afirmando que a Rússia “é verdadeiramente soberana e está mais forte hoje”. Ele citou Mark Twain: “Os rumores da minha morte foram altamente exagerados”, referindo-se à Rússia.
Presidente da Rússia desafia Estados Unidos
Putin desafiou os Estados Unidos a um “duelo tecnológico”, utilizando o novo míssil balístico Orechnik contra sistemas de defesa antiaérea ocidentais em Kiev.
Ele afirmou que esse exercício seria benéfico para ambos os lados, destacando as capacidades do Orechnik, que possui ogivas múltiplas e um alcance de 5.500 km. Ele mencionou que testes anteriores, incluindo um em Dnipro, impressionaram analistas.
Além disso, Putin comentou sobre o assassinato do general Igor Kirillov, morto por um patinete-bomba em Moscou, classificando o ato como terrorismo. Ele reconheceu a necessidade de corrigir “erros” de segurança que permitiram o ataque.
Durante a coletiva, uma questão veio de uma moradora da região de Kursk, chamada Tatiana, que perguntou quando poderia voltar para casa. Putin assegurou que a reconstrução virá, mas não deu uma data específica.