O PSOL preparou, nesta quinta-feira (8), uma representação contra o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). O documento, que será enviado ao Conselho de Ética do Senado após o Carnaval, segundo o partido, pede a cassação do mandato do parlamentar.
Mourão, general da reserva do Exército e que foi vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), falou no plenário e nas redes sociais sobre a operação da Polícia Federal (PF) que mirou aliados políticos e militares de Bolsonaro na quinta – declaração que motivou a representação do PSOL.
“A mera observação da precipitação dos acontecimentos, cada vez mais traumáticos, indica a possibilidade lamentável de um confronto de gravíssimas consequências”, disse Mourão no Senado.
“Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no País”, escreveu o senador em uma postagem.
Segundo a representação do PSOL, Mourão incitou as Forças Armadas com as falas e quebrou o decoro parlamentar.
O partido pontua, ainda, a falta de um pronunciamento do general a respeito de uma reunião de Bolsonaro com outros alvos da operação da PF, realizada em julho de 2022, que revelaria um suposto arranjo golpista.
Em suas redes sociais, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) se manifestou a respeito da ação.
“Entraremos no Conselho de Ética do Senado pedindo a cassação do mandato do General Mourão por incitar as Forças Armadas a ações golpistas de descumprimento judicial”, escreveu Boulos, que também é pré-candidato à prefeitura de São Paulo. “Sem anistia a nenhum golpista!”
Além do pedido feito ao Conselho de Ética do Senado, deputados do PSOL solicitaram ao ministro Alexandre de Moraes que proíba o senador de “incentivar animosidade”. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi acionada, com pedidos de investigação por estímulo a um golpe de Estado.
Procurados pela CNN, representantes de Mourão afirmaram que o gabinete avalia se o senador irá se posicionar a respeito do assunto.
*Sob supervisão de Marcelo Freire
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