sábado, novembro 23, 2024
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Psicóloga que aconselhava Meta sobre suicídio pede demissão

A psicóloga dinamarquesa Lotte Rubæk, que integrava um grupo de especialistas na Meta, pediu demissão, conforme revelado pelo jornal The Guardian no fim de semana. Ela alega que a big tech “fecha os olhos” para conteúdos prejudiciais no Instagram, uma das redes sociais da empresa.

Para quem tem pressa:

  • A psicóloga dinamarquesa Lotte Rubæk pediu demissão do grupo de especialistas da Meta. Ela acusa a empresa de negligenciar conteúdos de automutilação no Instagram, o que ela acredita contribuir para o aumento de casos de suicídio;
  • Rubæk criticou a Meta por ignorar as recomendações de especialistas e priorizar lucros. A psicóloga contou que sentiu marginalizada em seus esforços para eliminar conteúdos prejudiciais e proteger usuários jovens;
  • Apesar das preocupações da psicóloga sobre dificuldade de reportar conteúdo nocivo e falta de ação efetiva da empresa, a Meta afirma que leva a sério os problemas de suicídio e automutilação, alegando que suas políticas refletem o feedback de especialistas;
  • O contexto da renúncia de Rubæk é marcado por relatórios que destacam a exposição de crianças a conteúdo violento online, com o Instagram entre as plataformas problemáticas citadas com mais frequência.

Rubæk integrava o grupo há pelo menos três anos e aconselhava na área voltada à prevenção ao suicídio. Segundo a psicóloga, a Meta ignorou os conselhos de especialistas e colocou o lucro à frente das pessoas. A profissional alega que a rede social não remover imagens de automutilação, o que contribuiu para o aumento de suicídios.

Frustrações da psicóloga na Meta

(Imagem: Angga Budhiyanto/Shutterstock)

Em sua carta de renúncia, Rubæk declarou que não acredita mais na eficácia do painel de especialistas da Meta para impactar positivamente a segurança dos usuários jovens nas plataformas da empresa.

Antes de sua renúncia, Rubæk havia ingressado no grupo de especialistas da Meta em 2020, na esperança de fomentar mudanças significativas na plataforma para proteger os jovens. Na prática, ela se sentiu marginalizada e ignorada em seus esforços para combater o conteúdo nocivo.

Rubæk levou preocupações à Meta sobre a dificuldade de reportar conteúdo considerado como gatilho. E encontrou respostas insatisfatórias, que reforçaram sua percepção de que a empresa minimiza o problema enquanto permanece ativa. Isso contraria as expectativas de moderação e remoção de conteúdo prejudicial.

Meta
(Imagem: Skorzewiak/Shutterstock)

A Meta defendeu suas políticas, afirmando levar a sério as questões de suicídio e automutilação. A big tech acrescentou que suas ações refletem o feedback de especialistas, incluindo esforços recentes para ocultar conteúdo relacionado ao suicídio e automutilação para adolescentes.

A decisão de Rubæk vem num contexto onde pesquisas, como a da Ofcom, indicam uma exposição inevitável de crianças a conteúdo violento online. E o Instagram aparece como um dos aplicativos citados com mais frequência.

Via Olhar Digital

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