quinta-feira, julho 4, 2024
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PSDB corre o risco de perder o comando do Grande ABC Paulista

O PSDB corre o risco de perder a hegemonia no Grande ABC Paulista nas eleições deste ano. Desde 2013, o partido comanda as prefeituras dos municípios que formam a sigla da região: Santo André, São Bernanrdo do Campo e São Caetano do Sul. Alianças partidárias e anúncios de pré-campanhas sinalizam que a situação pode mudar — inclusive com aval de prefeitos tucanos.

Em Santo André, Paulo Serra (PSDB) ainda não definiu quem será o candidato à prefeitura com o seu apoio. Ele já sabe, no entanto, que estará em lado oposto ao do vice-prefeito que o acompanha na administração municipal no decorrer dos últimos oito anos. Em março, Luiz Zacarias (PL) rompeu de vez com o prefeito e anunciou a sua pré-candidatura para o comando do Poder Executivo da cidade.

Prefeito de São Bernardo do Campo pelo segundo mandato consecutivo, assim como Serra em Santo André, Orlando Morando (PSDB), já agiu nos bastidores do poder na tentativa de conduzir a sua sucessão no cargo. Na última semana, anunciou apoio à pré-candidatura de Flávia Morando. Ela é sobrinha do tucano, mas está filiada ao União Brasil. Ou seja, no que depender do político são-bernardense, a família Morando seguirá no comando da prefeitura — o mesmo não ocorrerá com o partido dele.

O prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior (PSDB), é outro tucano em reta final de seu segundo mandato consecutivo. Similar a Morando, ele já anunciou quem apoiará na disputa eleitoral deste ano. Garantiu que a chapa que representará a situação será comandada pelo atual presidente da Câmara Municipal sul-caetanense, Tite Campanella (PL), que terá como candidata a vice-prefeita a agora ex-secretária municipal de Saúde, Regina Maura (PSD). Dessa forma, Auricchio Júnior é mais uma liderança local a apoiar candidatos de outros partidos que não o PSDB.

Vitórias do PSDB nas últimas eleições no ABC Paulista

Serra, Morando e Auricchio Júnior já estavam filiados ao PSDB quando foram eleitos prefeitos em 2012. Quatro anos depois, o trio foi reeleito já no primeiro turno.

Em São Caetano do Sul, que não conta com a realização de segundo turno em razão de ter menos de 200 mil eleitores, José Auricchio Júnior foi reeleito em 2020 com 45% dos votos válidos. Apesar disso, ele só assumiu o novo mandato em dezembro de 2021, depois de encarar batalhas na Justiça Eleitoral.

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Também há quatro anos, os eleitores de São Bernardo do Campo reelegaram Orlando Morando. Ele recebeu 261 mil votos, o equivalente a 67% dos votos válidos. Assim, superou o ex-prefeito Luiz Marinho (PT) já no primeiro turno.

Paulo Serra foi outro a superar o Partido dos Trabalhadores logo no primeiro turno das eleições de 2020. Na ocasião, enquanto a petista Professora Bete Siraque ficou em segundo lugar ao obter 7% dos votos, o integrante do PSDB foi a escolha de 266 mil eleitores. Dessa forma, o tucano foi reeleito com o equivalente a 77% dos votos válidos.

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Da esquerda para direita: Paulo Serra, José Auricchio Júnior, o ex-governador João Doria e Orlando Morando: trio tucano do ABC Paulista está em reta final de mandato | Foto: Reprodução/Blog do Baena

Na reta final de seu segundo mandato como prefeito de Santo André, Serra é uma das lideranças do PSDB. É, por exemplo, o atual presidente do diretório estadual do partido em São Paulo. Além disso, integra a executiva nacional da legenda, em que ocupa o posto de vogal.

Região industrial e populosa

Os três municípios do ABC Paulista se destacam pelo setor industrial. Município com maior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil, São Caetano do Sul é sede de uma das fábricas da General Motors no país. Ainda no ramo automotivo, São Bernardo do Campo é local de produções de montadoras, como Volkswagen, Mercedes-Benz e Scania. Já em Santo André fica o Polo Petroquímico de Capuava.

Juntos, os três municípios somam 1,7 milhão de habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Se fosse uma unidade da Federação, o trio do ABC Paulista seria mais populoso do que cinco Estados: Rondônia (1,58 milhão), Tocantins (1,51 milhão), Acre (830 mil), Amapá (733 mil) e Roraima (636 mil).



Via Revista Oeste

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