segunda-feira, novembro 25, 2024
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Projeto que estuda saúde de cachorros pode perder financiamento

Um projeto chamado Dog Aging Project estuda mais de 47 mil cachorros desde 2019 e quer descobrir mais sobre a saúde do melhor amigo do homem. Para além de coletar informações sobre propensões a doenças e hábitos de vida, os cientistas também realizam testes para droga que, supostamente, pode aumentar a longevidade dos pets.

Agora, depois de quase cinco anos, o projeto corre o risco de não ter o financiamento prolongado e deixar de lado descobertas que podem melhorar a qualidade de vida dos cães.



Projeto para a saúde dos cachorros

O Dog Aging Project surgiu em 2019 e, no final do ano, começou a procurar por dez mil estadunidenses dispostos a inscrever seus cães em estudo sobre saúde e longevidade. Atualmente, já são mais de 47 mil pets participando.

A intenção é monitorar os cachorros ao longo da vida e coletar informações detalhadas sobre seus corpos, estilos de vida e ambientes domésticos. E, a partir daí, usar esses dados para identificar fatores biológicos e como isso impacta na qualidade de vida e de envelhecimento deles.

De acordo com o The New York Times, o projeto nasceu por dois motivos: o primeiro é que as pessoas dariam tudo para ficar mais anos com seus melhores amigos caninos. O segundo é que os cães são modelos úteis para o estudo de envelhecimento humano.

Isso porque eles estão propensos a algumas doenças semelhantes, como câncer e demência, e estão expostos a estressores parecidos, como poluição do ar e sonora. No entanto, por terem expectativa de vida menor, a pesquisa dá resultado mais rapidamente.

Imagem: Best dog photo/Shutterstock

Como funciona o monitoramento

  • Há diversas modalidades de participação dentro do Dog Aging Project;
  • Todos os donos preenchem ficha anual divida em dez partes, que inclui saúde e experiência de vida do animal;
  • Ainda, eles são incentivados a compartilhar registros médicos e participar de mais pesquisas. Uma delas é o sequenciamento de genomas, que já sequenciou mais de sete mil cães e depositou 14 mil amostras no banco de dados do projeto;
  • Desses, mil serão convidados a participarem de testes com amostras biológicas, fornecendo sangue, urina, pelo e fezes para testagem anualmente;
  • Outra modalidade é ensaio randômico com placebo e rapamicina, medicamento que se mostrou capaz de prolongar a vida de animais de laboratório.
cachorro border collie
Imagem: Julia Zavalishina/Shutterstock

Perda de financiamento

Apesar dos testes com cachorros serem mais rápidos do que com humanos, que vivem mais de 70 anos, ainda demoram alguns anos para coletar e observar resultados significativos. As primeiras descobertas estão sendo publicadas agora.

Por exemplo, o Dog Aging Project descobriu que uma doença chamada disfunção cognitiva canina (ou demência canina) é mais comum em cães sedentários do que em ativos. Outra é que pets que comem apenas uma vez por dia têm menos problemas de saúde do que os que são alimentados com frequência.

Isso não foi suficiente. Em 2018, o projeto aplicou e ganhou bolsa de US$ 28 milhões (R$ 136,39 milhões) do Instituto Nacional sobre Envelhecimento (NIH) (EUA), que, posteriormente, foi prorrogada por um ano. Esse valor corresponde a 90% do financiamento atual.

Agora, os fundadores dizem que o dinheiro acaba em junho e que o instituto não deve renovar a bolsa por mais cinco anos por falta de resultados chamativos. A organização pode aprovar o pedido posteriormente, mas, sem dinheiro, o Dog Aging Project não consegue continuar na ativa até lá.

Imagem: Annette Shaff/Shutterstock

Eles já abriram petição pedindo apoio contínuo do NIH e o Dog Aging Institute, uma instituição sem fins lucrativos, para arrecadar dinheiro para pesquisa. A intenção é manter o projeto atual vivo, mas, futuramente, também financiar outros pesquisadores que queiram estudar assuntos semelhantes.

Em entrevista ao NYT, Daniel Promislow, biogerontologista da Universidade de Washington e um dos três codiretores do projeto, brincou que o Dog Aging Project vai tentar apoio de um bilionário que goste de cães e queira apoiar a pesquisa.

A NIH respondeu ao jornal estadunidense que não comenta tomadas de decisão sobre pedidos de subsídios individuais.

Via Olhar Digital

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