Um grupo com terapeutas de todo o Brasil se organizou para oferecer atendimento psicológico gratuito às vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul. Eles fazem parte do projeto Levante, que visa a auxiliar na reconstrução do Estado.
Além de terapeutas, o corpo de voluntários da iniciativa também conta com advogados, engenheiros e arquitetos. Até o momento, cerca de 400 famílias já receberam atendimento presencial ou remoto.
De acordo com os idealizadores do Levante Rio Grande do Sul, nas 24 horas posteriores ao anúncio, mais de dois mil profissionais se colocaram à disposição para auxiliar os necessitados. O grupo pretende impactar dez mil cidadãos nos próximos três meses.
Para receber o apoio, os cidadãos entram em um grupo de WhatsApp destinado aos afetados e preenchem um formulário com todas as informações necessárias. Em seguida, eles são contatados por um voluntário da equipe de triagem, que os direciona para o profissional adequado para entender e atender suas demandas.
No mesmo processo, é feito o encaminhamento para o terapeuta responsável pelo atendimento psicológico, que pode ocorrer tanto presencialmente quanto remotamente, conforme a necessidade e disponibilidade do cidadão.
A atuação do projeto
Alguns voluntários do Levante estão presentes nas áreas afetadas pelas enchentes e realizam tarefas variadas: eles entregam insumos, levantam demandas e conversam com os moradores que necessitam de ajuda.
Mais de R$ 100 mil já foram arrecadados pela iniciativa e convertidos em cestas básicas, remédios, produtos de limpeza e outros itens necessários, como colchões e cobertores.
Recentemente, foi lançada a modalidade de apadrinhamento solidário. Nela, os interessados preenchem um cadastro e se comprometem a enviar R$ 200 mensais para a compra de donativos para as famílias impactadas.
Mesmo com um número considerável de voluntários, o Levante Rio Grande do Sul continua aceitando novos colaboradores. O cadastro pode ser feito através de grupos específicos de WhatsApp para cada especialidade. Os links para esses grupos estão disponíveis no perfil do Instagram do projeto.
Afetados no Rio Grande do Sul
Um mês depois da tragédia que resultou em pelo menos 169 mortes no Rio Grande do Sul, mais de 630 mil pessoas continuam fora de suas residências, conforme levantamento mais recente da Defesa Civil do Estado.
O órgão também revela que 39.595 pessoas estão abrigadas e 580.111 estão desalojadas — em casa de amigos ou familiares. Entre os mais de 2,3 milhões de afetados pela chuva, há 806 feridos.
A falta de água nas torneiras afetou cerca de 1 milhão de pessoas em 4 de maio, enquanto a falta de energia elétrica ainda atinge 114.733 pessoas. Em Porto Alegre, 15 mil pessoas permanecem sem energia, mas a companhia de fornecimento de luz elétrica trabalha para restabelecer o serviço.