Responsável pela Sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE), do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Duque de Caxias, em Teresina, Geisa Magalhães é uma professora diferente das demais colegas de escola. Longe das salas de aula tradicionais, ela tem a função de atender estudantes com deficiências, transtorno do espectro autista, TDAH e outras particularidades de ordem cognitiva.
“Como professora da sala do AEE, sinto que minha missão é dar autonomia aos alunos, para que, futuramente, eles não necessitem desse atendimento educacional especializado. Nossa função é fazer com que os alunos criem asas, que ele tenha sua autonomia”, explica Geisa.
O envolvimento com cada conquista dos pequenos é algo que a emociona todos os dias. Atuando na sala de AEE, a docente descobriu sua verdadeira vocação e até desistiu de uma formação em Direito, que se encaminhava para a conclusão. “Cada evolução dessas crianças é uma conquista, tanto para mim, quanto para os profissionais de apoio que me auxiliam”, conta.
Por contar com uma estrutura adequada e pensada para o atendimento de alunos com necessidades especiais, o Ceti Duque de Caxias se tornou referência no atendimento desses estudantes. A escola conta, atualmente, com 27 alunos que recebem suporte da sala de AEE.
Um desses Estudantes é o Moisés Sousa, de 13 anos, aluno do sétimo ano. Oriundo da rede privada, Moisés apresentava dificuldades para leitura, apesar do bom desempenho nas outras valências educacionais, até chegar ao Centro e encontrar o suporte da professa Geisa e a equipe especializada.
“Quando cheguei aqui, a sala do AAE foi muito importante porque me ajudou a fazer as provas e a tirar algumas dúvidas que eu tinha. Na minha escola antiga eu não tinha esse suporte e, por isso, não fazia as provas muito bem. Aqui, eu me sinto feliz porque todo mundo me trata bem, a tia Geisa me ajuda quando preciso”, garante Moisés.
Para a mãe do jovem, a cozinheira Lyza Sousa, a chegada à escola foi um presente para o filho.
“O Moisés veio de uma escola da rede particular e ele não tinha esse acompanhamento que tem aqui. Ele não teve em outras escolas a evolução que ele teve aqui. O crescimento dele é visível, ele se desenvolveu muito”, celebra a mãe de Moisés.
O caso de Moisés é semelhante ao de Orlando, aluno acompanhado por Geisa desde que chegou ao Duque de Caxias.
“Quando chegou na escola, o Orlando não lia nada. Hoje, ele lê todos os livros que estão dispostos aqui, na sala. Ele foi um dos alunos que mais avançou e, agora, ele lê até mesmo quando é pedido pela professora, em sala de aula”, conta Geisa.
O espaço se tornou um refúgio para Orlando. Ele agradece à professora por tê-lo ensinado a ler..
“Quando eu venho para a sala de AEE me sinto com mais liberdade, tenho mais intimidade com as professoras daqui, da sala. Aprendi a ler por causa delas, elas me ajudaram muito”, agradece o menino.