sábado, novembro 23, 2024
InícioGeralProfessora é demitida ao questionar secretária de Educação sobre levar filhos ao...

Professora é demitida ao questionar secretária de Educação sobre levar filhos ao médico e abonar faltas

A repercussão negativa da live da secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, gerou desdobramentos. A professora Roberta Batista da Silva, que questionou a possibilidade de acompanhar seus filhos em consultas médicas, teve seu contrato rescindido na última segunda-feira, 28.

Durante a transmissão ao vivo, Roberta, de 28 anos e professora de geografia no Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Santa Bárbara, em Padre Bernardo, em Goiás, fez uma pergunta sobre a licença para consultas médicas. Em seguida, a secretária respondeu de forma irritada.

“Você não é obrigada a trabalhar, não”, disse Gavioli. “Se você for um contratado e acha que tem de ter um emprego que libera para ir ao médico, você precisa sair, porque a lei é federal. Contrato que está aqui dentro trabalhando, não fez concurso, está dentro da rede, mas quer trabalhar em um lugar que você possa ter liberdade de ir e vir, mas a lei federal te proíbe, acho que você deveria pedir exoneração.”

Roberta atuava no Estado desde 2018 por meio de um contrato. Em 2023, engravidou e tirou licença-maternidade, retornando ao trabalho em 2024. Em agosto, o filho, de 11 meses, precisou de atendimento médico.

Professora descobriu que foi demitida

Ao chegar à escola, Roberta descobriu sua demissão. A equipe administrativa informou que seu contrato havia vencido, levando à rescisão. Ela procurou a Coordenação Regional de Águas Lindas e soube que a rescisão ocorreu devido ao término da vigência do contrato.

Na Regional, Roberta viu uma planilha que listava vários profissionais em situações semelhantes, mas seu nome não constava. Informaram-na de que a decisão de demissão partiu do coordenador, que estava em reunião com a secretária de Educação.

A professora ainda relatou, através das redes sociais, que não recebeu nenhum contato ou retorno da Secretaria de Educação. Apenas o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) tem prestado apoio, conforme mencionou Roberta.

Durante a live, a secretária Fátima Gavioli defendeu a gestão e respondeu a críticas de professores contratados sobre salários baixos e restrições para se ausentar do trabalho.

Em nota, a Secretaria de Educação explicou que, de acordo com a Lei Estadual nº 20.918/2020, o prazo máximo para contratos temporários é de até cinco anos. Assim, contratos vencidos devem ser encerrados. No caso de Roberta, o desligamento ocorreu em conformidade com uma ação do Ministério Público de Goiás, que solicitou adequações legais.

A nota também esclareceu que os desligamentos começaram depois do término do período eleitoral e seguiram o calendário administrativo. As rescisões respeitam as regras da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que exigem um aviso prévio de 30 dias.

A secretaria mencionou que Roberta foi aprovada em concurso público de 2022 para a Rede Estadual de Educação e que a convocação dos aprovados está sendo realizada conforme as diretrizes do edital.



Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui