A professora Natalia Faccini, de 29 anos, passou a ser seguida no Instagram pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Natalia, que dá aulas em Ecoporanga, no Espírito Santo, foi “cancelada” nas redes sociais depois de publicar um vídeo em que ensina regras de concordância nominal, em 7 de maio.
Em seu perfil no Instagram, a professora comemorou o momento em que Michelle Bolsonaro a seguiu, em virtude da grande repercussão de seu vídeo.
Vídeo de professora de português viraliza na internet
A gravação, publicada por Natalia Faccini, detalhava que “meninas e mulheres dizem obrigada” e “meninos e homens dizem obrigado”. A regra aborda a concordância nominal, em que o adjetivo deve concordar em gênero (feminino ou masculino) e número.
A discussão começou quando alguns usuários mencionaram o uso do “pronome neutro” e sugeriram “obrigade” para pessoas não binárias. Isso gerou uma enxurrada de comentários nas redes sociais de Natalia.
“Foi o reels que mais recebi haters, mas foi o mediador de tantas coisas novas e boas que aconteceram e que estão acontecendo”, afirmou Natalia, ao comentar a repercussão do vídeo. “Sou professora de língua portuguesa e continuarei com os meus conteúdos.”
Alguns internautas concordaram com a professora: “O povo fazendo guerra por uma simples regra de português” e “básico da língua portuguesa”. Outros, no entanto, mencionaram o uso do “pronome neutro”, ao afirmar: “não binário é obrigade”. Um outro comentário afirmou que “brigada, brigado, valeu, tks, todos são válidos para mim”.
Natalia, que leciona há três anos, disse a Oeste que não imaginava a repercussão dos vídeos. “Não esperava tantos haters do público jovem”, respondeu. “Mas não levei para o lado pessoal. Acabou que o cancelamento teve uma ótima reviravolta, e não estou levando as críticas para o lado pessoal.”
Ela acrescentou que a gestão da escola onde trabalha, o Colégio Interativo Ecoporanga, sempre acompanhou seus vídeos e que encara de uma forma “positiva”.
Ao site Folha Vitória, o diretor da escola, Thiago Carnielli, explicou que o vídeo enfatizava o ensino de um conteúdo de gênero textual, uma área de atuação da professora. “Ela quis falar sobre o ensino da gramática”, disse. “E não sobre ideologia de gênero, o que acabou gerando essa proporção toda.”