sexta-feira, novembro 22, 2024
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Professor da FGV exalta líder do Hezbollah e o chama de ‘grande guia’

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salem Nasser, publicou no último sábado, 28, um vídeo no seu canal do YouTube exaltando o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, eliminado no dia anterior pelas Forças de Defesa de Israel no Líbano.

O professor da FGV, Salem Nasser
O professor da FGV, Salem Nasser

Segundo Nasser, Nasrallah foi um “grande guia”, era “inteligentíssimo” e “muito fino na sua percepção e muito claro na sua elocução”, e ” a gente podia contar um sua honestidade sem limites”.

“Eu dizia que de vez em quanto ele não contava tudo, não relevava tudo, mas o que ele dizia era absolutamente verdadeiro”, disse o professor no vídeo, intitulado “Morre o Senhora da Resistência“.

Em nenhum momento ao longo do vídeo o professor da FGV usou a palavra “terrorista”, nem citou as atrocidades cometidas por Hezbollah sob o comando de Nasrallah no Líbano, em Israel, na Síria, ou até mesmo na Argentina.

Para Nasser, o “discurso fino” de Nasrallah, permitia “aceitar com tranquilidade essa compreensão, porque agente sabia que não não estávamos diante de um discurso que tentava nos desviar do caminho e da compreensão” dos acontecimentos no Oriente Médio.

Nasser chamou Nasrallah e de “sayyed”, termo em árabe que significa “senhor” ou “autoridade”, e que é utilizado para definir os “guias” do mundo islâmico.

Hezbollah é considerado um grupo terrorista por mais de 60 países do mundo, incluindo União Europeia, Estados Unidos, Canada, Reino Unido, Suíça, Austrália, Nova Zelândia e vários países Árabes.

Nasser é professor de direito internacional da FGV desde 2004, além de ser Coordenador do Centro de Direito Global e Desenvolvimento da FGV Direito SP.

Líder do Hezbollah foi responsável de atrocidades em todo o mundo

Por causa dos constantes ataques com mísseis contra a população civil o norte de Israel foi evacuado desde outubro do ano passado, com centenas de milhares de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas.

Na Síria a morte de Nasrallah foi festejada, pois ele é considerado por boa parte da população local, que é árabe e muçulmana, como um massacrador. Na cidade de Idlib, no norte do país, os habitantes comemoraram a morte do líder terrorista, pois o Hezbollah foi responsável pelo assassinato de milhares de pessoas.

Nasrallah foi responsável pela morte de milhares de cidadãos libaneses moradores da região do sul do Líbano, acusados de “colaboracionismo” com Israel durante os anos da ocupação militar da região, entre 1982 e 2000.

Logo após tomar o comando da organização terrorista, em 1992, Nasrallah foi o responsável pelos ataques terroristas ocorridos em Buenos Aires, contra a Embaixada de Israel, em 1992, que matou 29 pessoas, e contra o centro cultural judaico AMIA, em 1994, que vitimou outras 85.

Nos últimos trinta anos Hezbollah foi o responsável da morte de centenas de pessoas em ataques terroristas ocorridos em todo o mundo, de Istambul, na Turquia, até o Panamá.

Nasrallah também foi acusado pelo Tribunal da ONU sobre o Líbano de ser responsável pelo assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em 2005, em Beirute, através de um ataque bomba que matou o político e outras 21 pessoas.

O Tribunal emitiu um mandato de prisão em 2011 contra Nasrallah, mas o grupo terrorista se recusou a colaborar com as Nações Unidas.

Em 2006 Nasrallah ordenou o sequestro de dois soldados israelenses na fronteira com o Líbano, provocando um novo conflito contra Israel, que provocou mais de 1,3 mil mortos entre a população libanesa e 165 entre os israelenses.

Em 11 de agosto de 2006, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade a Resolução 1701 em um esforço para acabar com as hostilidades.

A resolução, que foi aprovada pelos governos libanês e israelense nos dias seguintes, previa o desarmamento do Hezbollah e sua retirada no norte do rio Litani, a saída das forças israelenses do Líbano de uma Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) no sul.

Todas as previsões da resolução foram implementados, menos o desarmamento e retirada do Hezbollah, por causa da recusa do seu líder.

Professor da FGV nomeado pelo governo Lula em grupo contra desinformação

Em março do ano passado, o Salem Nasser foi nomeado membro do grupo de trabalho para combater o discurso de ódio e o extremismo, criado pelo governo Lula.

O grupo, presidido pela ex-deputada federal Manuela D’Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), foi instituído por uma portaria do ministro dos então Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida.

Segundo a portaria, o grupo deveria apresentar “estratégias para a proposição de políticas públicas em direitos humanos sobre discurso de ódio e extremismo”.

Após os ataques terroristas do Hamas contra Israel do dia 7 de outubro de 2023, Salem se manifestou contra a decisão de parte da mídia brasileira de se referir a Hamas como “grupo terrorista”, salientando que essa definição deveria ser estendida também a Israel e a seu governo.

FGV não se manifestou

Procurada pela Oeste, a FGV não se manifestou até o momento.

Via Revista Oeste

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