O ritmo da produção da indústria brasileira praticamente estagnou em abril, mostrando avanço de apenas 0,1% em relação a março, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3.
Esse resultado representa desaceleração em comparação à alta de 1,2% registrada no mês anterior. Quando se observa o desempenho frente a abril do ano passado, a indústria sofreu queda de 0,3%, interrompendo uma sequência de dez meses de resultados interanuais positivos.
No acumulado de janeiro a abril, a produção industrial apresenta crescimento de 1,4%, enquanto a soma dos últimos 12 meses indica alta de 2,4%.
Desempenho dos segmentos da indústria

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, três das quatro grandes categorias econômicas e 13 dos 25 segmentos industriais analisados tiveram resultado positivo entre março e abril deste ano.
Em paralelo, 11 atividades recuaram, com destaque para produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que caíram 8,5%, e para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com retração de 2,5%. Ambos haviam registrado elevação em março, de 12% e 3,4%, respectivamente.
Setores como celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), máquinas e equipamentos (-1,4%), móveis (-3,7%), produtos diversos (-3,8%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-1,9%) também pressionaram negativamente o resultado geral do mês.
Entre os segmentos que impulsionaram a produção, as indústrias extrativas se destacaram, com aumento de 1% e expansão acumulada de 7,5% em três meses consecutivos.
O setor de bebidas cresceu 3,6%, revertendo o cenário de março, quando ficou estável, e fevereiro, quando caiu 0,1%. Outras contribuições relevantes foram veículos automotores, reboques e carrocerias (1%) e impressão e reprodução de gravações (11%).
Análise por grandes categorias econômicas
Entre as grandes categorias da indústria, apenas os bens de consumo semi e não-duráveis tiveram retração em abril, com queda de 1,9%, devolvendo parte do ganho de 2,4% registrado no mês anterior.
Os bens de capital lideraram o crescimento, com alta de 1,4%, recuperando a queda de 0,7% em março. Bens intermediários subiram 0,7% e acumulam alta de 2,1% em três meses. Já os bens de consumo duráveis avançaram 0,4%, abaixo do crescimento de 3,8% em março.
Na comparação com abril de 2024, metade dos segmentos industriais teve desempenho negativo. Houve queda em dois dos quatro grandes grupos econômicos, em 16 dos 25 setores analisados, em 48 dos 80 grupos e em 53,7% dos 789 produtos pesquisados.
Os principais recuos vieram de produtos alimentícios (-4,9%), coque e derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,7%) e farmoquímicos e farmacêuticos (-9%).
Em contrapartida, as indústrias extrativas puxaram o resultado positivo, com avanço de 10,2%. Também contribuíram setores como metalurgia (4,4%), manutenção e instalação de máquinas e equipamentos (10,4%), máquinas e equipamentos (2,5%), produtos têxteis (6,6%), bebidas (2,5%) e produtos químicos (0,9%).