O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou, em coletiva de imprensa, que as mortes durante o protesto contra o processo eleitoral de 28 de julho não são de responsabilidade do Estado. Aliado do ditador Nicolás Maduro, ele culpa os opositores pelos assassinatos, mesmo sem apresentar evidências.
De acordo com o chavista, um grupo foi contratado pela oposição para praticar 70% dos crimes. Porém, ele não soube esclarecer a reponsabilidade pelos 30% restantes.
Em entrevista ao portal Efecto Cocuyo, Saab afirmou que, sob sua chefia, a Procuradoria não recebeu qualquer denúncia contra as forças de segurança da Venezuela em relação a mortes em protestos.
Procurador-geral da Venezuela acusa Estados Unidos por pressões contra Maduro
O chavista já havia dito que os protestos contra o ditador Maduro são decorrentes de um movimento que busca disseminar mensagens de ódio nas redes sociais. Para o procurador-geral, a oposição tem utilizado criminosos na tentativa de golpe de Estado para derrubar um “governo legitimamente constituído”.
Ele afirma que a escalada de pressões ocorrida está sendo patrocinada pelos Estados Unidos desde 2017, a fim de derrubar Maduro.
Além das 25 mortes confirmadas, Saab alega ter ocorrido mais duas. Segundo ele, “manifestantes mascarados e armados que bloquearam vias no dia da manifestação causaram as mortes”. Mais uma vez, o procurador não apresentou provas sobre os manifestantes.
Fim da repressão
No início deste mês, a Missão Internacional Independente do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas comunicou que o governo venezuelano deve cessar a repressão iniciada depois da disputa presidencial. A presidente da missão, Marta Valiñas pede investigação das mortes nos protestos.