Desenvolvida em parceria entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA), a missão BepiColombo está enfrentando um contratempo em sua jornada rumo a Mercúrio.
Lançada em 2018, a espaçonave tem um sobrevoo previsto no planeta para a noite desta quarta-feira (4). No entanto, problemas com os propulsores significam que a sonda pode enfrentar um atraso considerável antes de finalmente entrar em órbita ao redor do mundo mais interno do Sistema Solar.
A BepiColombo foi projetada para investigar os mistérios de Mercúrio, seguindo uma rota complexa que inclui sobrevoos pela Terra, dois por Vênus e seis pelo próprio planeta alvo. O sobrevoo desta noite será o quarto da missão no mundo mais próximo do Sol.
Chegada da sonda BepiColombo a Mercúrio vai atrasar quase um ano
Uma anomalia nos propulsores da espaçonave, detectada em abril, afetou sua capacidade de operar com potência total. Os engenheiros descobriram que correntes elétricas inesperadas estão ocorrendo entre o painel solar do Módulo de Transferência de Mercúrio (MTM) e a unidade de distribuição de energia, comprometendo a eficácia dos propulsores.
Em um comunicado, Santa Martinez, gerente da missão BepiColombo na ESA, disse que, após meses de investigação, concluiu-se que os propulsores elétricos do MTM continuarão operando abaixo do empuxo necessário para a inserção orbital originalmente prevista para dezembro de 2025.
Apesar desse revés, a missão ainda tem boas perspectivas. A equipe de Dinâmica de Voo da ESA desenvolveu uma estratégia alternativa para lidar com o empuxo reduzido e ajustar a trajetória da BepiColombo.
A nova manobra levará a espaçonave a passar cerca de 35 quilômetros mais perto de Mercúrio do que o inicialmente planejado, facilitando o quinto sobrevoo e ajustando a nave para a nova trajetória. Agora, espera-se que a sonda entre em órbita ao redor de Mercúrio em novembro de 2026, um ano após a data original.
A missão BepiColombo transporta um conjunto de 16 instrumentos científicos divididos entre dois orbitadores, que se separarão ao entrar em órbita e estudarão Mercúrio durante um ano, com possibilidade de extensão por mais um ano.
Durante o próximo sobrevoo, três câmeras de monitoramento (M-CAMs) registrarão imagens da superfície repleta de crateras de Mercúrio, contribuindo para a fase científica da missão.