A polícia suíça prendeu diversas pessoas, depois da utilização de uma cápsula futurista destinada a permitir o suicídio assistido. As autoridades do país revelaram as informações nesta terça-feira, 24.
Os policiais de Schaffhausen, no norte da Suíça, próximo à fronteira com a Alemanha, relataram que a cápsula Sarco foi utilizada em uma floresta no município de Merishausen, na segunda-feira 23.
Promotores em Schaffhausen começaram os processos criminais contra indivíduos por “induzir, auxiliar e instigar suicídio”, declarou a polícia, ao acrescentar que várias pessoas foram detidas. Eles não divulgaram detalhes sobre os envolvidos nem os falecidos.
A testemunha do suicídio
Um porta-voz do grupo que criou a cápsula, The Last Resort, afirmou que a falecida era uma mulher norte-americana, de 64 anos, com um sistema imunológico gravemente comprometido.
Florian Willet, copresidente do The Last Resort, estava entre os quatro detidos, juntamente de um jornalista holandês e dois suíços, informou o porta-voz. Willet era a única outra pessoa presente no momento em que a mulher tirou a própria vida, segundo o porta-voz.
Em uma declaração emitida pelo The Last Resort, Willet descreveu a morte como “pacífica, rápida e digna”. O porta-voz do The Last Resort afirmou que a mulher passou por avaliações psiquiátricas antes de cometer o ato.
Como a Suíça atrai defensores do suicídio assistido
Um porta-voz dos promotores em Schaffhausen se recusou a fornecer detalhes ou confirmar que havia quatro detidos.
Com design aerodinâmico, a cápsula “Sarco” causa a morte quando seu ocupante libera gás nitrogênio em seu interior, reduzindo os níveis de oxigênio a um patamar letal. A cápsula é uma criação do médico australiano Philip Nitschke, conhecido por seu trabalho em suicídio assistido desde os anos noventa.
A Suíça atrai defensores do suicídio assistido por causa das leis que o permitem, e o The Last Resort afirmou que seu parecer jurídico mostrava que o dispositivo poderia ser utilizado legalmente.
A cápsula gerou grande atenção da mídia e debate entre as autoridades sobre a permissão de seu uso.
Elisabeth Baume-Schneider, ministra suíça da Saúde, afirmou na segunda-feira que a cápsula não cumpre os requisitos da lei de segurança do produto e que seu uso de nitrogênio não é compatível com a legalidade.