Neste domingo, 19, o vice-primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Kalinak, anunciou que, embora o primeiro-ministro, Robert Fico, ainda esteja em estado grave, ele está fora de perigo, após ter sido baleado na última quarta-feira, 15.
“O pior já passou, pelo menos por enquanto”, declarou Kalinak durante uma coletiva de imprensa em frente ao hospital em Banska Bystrica, onde Fico está em tratamento. “Sua vida não está mais em risco, porém ele ainda está em estado grave e necessita de cuidados intensivos.”
Atentado em Handlová
O ataque ocorreu em Handlová, uma cidade no centro da Eslováquia. Fico, que tem 59 anos, foi atingido por quatro tiros depois de um evento oficial, um deles no abdômen. O ministro do Interior, Matus Sutaj Estok, informou que se investiga se o atirador agiu sozinho ou teve cúmplices.
O suspeito, um ex-segurança de shopping e membro da Sociedade Eslovaca de Escritores, foi detido preventivamente e enfrenta acusações de tentativa de homicídio premeditado. A lei eslovaca pode impor prisão perpétua para esse tipo de crime.
Esse incidente marca a primeira tentativa de assassinato de um líder europeu em mais de duas décadas, o que destaca a intensificação da polarização política tanto na Eslováquia quanto na Europa.
Reações internacionais e contexto político
Líderes internacionais, como Joe Biden e Vladimir Putin, expressaram condenação ao atentado. Robert Fico, que é uma figura central na política eslovaca há três décadas e fundador do partido populista Smer, realizava uma série de visitas pelo país com seu gabinete desde que reassumiu o governo, no final do último ano.
Fico já ocupou o cargo de primeiro-ministro da Eslováquia, entre 2006 e 2010, retornou ao poder em 2012 até 2018, quando se demitiu em resposta a protestos generalizados desencadeados pelo assassinato do jornalista Jan Kuciak, que investigava casos de corrupção no país.