quinta-feira, novembro 21, 2024
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Primeira fêmea de furão clonada do mundo acaba de ter filhotes

A ovelha Dolly foi o primeiro clone de um mamífero da história. O ano era 1996 e eu me lembro exatamente de como recebi a notícia. Foi num domingo à noite, assistindo ao Fantástico, da TV Globo.

O mundo ficou espantado com esse avanço científico. Antes, clonagem era um assunto distante, algo que você via em filmes ou na literatura. Na cabeça do pequeno Bob, que tinha apenas sete anos à época, era o início de uma nova era – e, em poucos anos, a ciência estaria clonando humanos.

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Bom, como sabem, isso não aconteceu. Dolly viveu apenas seis anos, e não há registro oficial de nenhum clone humano vivendo entre nós. Esse tipo de tecnologia, porém, evoluiu bastante nas últimas décadas e, hoje, existem até empresas especializadas nesse tipo de serviço.

Governos e laboratórios também se dedicam ao assunto. E os Estados Unidos acabam de anunciar um novo avanço dentro da área: a primeira fêmea de furão clonada do mundo acaba de ter filhotes!

Em comunicado, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA anunciou que Antonia, uma fêmea de furão-de-patas-pretas (Mustela nigripes), deu à luz a duas pequenas criaturas. Os bebês nasceram no Instituto Nacional de Biologia da Conservação e Zoológico Smithsonian (NZCBI), na Virgínia.

Ah, e eles são bem fofinhos!

Olha a carinha desses dois filhotes: é fofura pura até para quem tem coração de pedra – Imagem: Divulgação/Smithsonian’s NZCBI

Conservação de espécies

  • A comunidade científica comemorou o feito por um motivo em especial: o furão-de-patas-pretas é uma espécie ameaçada de extinção.
  • A experiência inédita nos EUA representa, portanto, um importante passo na luta pela conservação dos animais.
  • O experimento demonstrou que a clonagem pode ser uma forma de evitar que as espécies ameaçadas de extinção realmente desapareçam do planeta.
  • Antonia conseguiu gerar três filhotes, porém um morreu após nascer.
  • Restaram dois, uma fêmea e um macho, e ambos estão saudáveis.
  • O Instituto Nacional de Biologia da Conservação não tem planos para soltar mãe e filhotes na natureza.
  • Eles devem continuar vivendo no local para monitoramento e estudos.
  • Em paralelo a isso, os pesquisadores trabalham pela conservação do habitat dessas espécies.
  • Posteriormente, eles vão reinserir os furões-de-pata-pretas na natureza.
Primeiro mamífero clonado do mundo, Dolly foi sacrificada no dia 14 de fevereiro de 2003, por apresentar um problema pulmonar incurável – Imagem: Jordan Grinnell/Shutterstock

Clonagem de pets

Ao mesmo tempo que os especialistas aplaudem essa tentativa de conservação de espécies via clonagem, muitos deles criticam o mesmo procedimento quando ele é feito para “ressuscitar” animais de estimação.

Como citei no começo do texto, existem empresas especializadas nessa técnica – e muitos ricos já aderiram à prática.

E eu digo ricos, porque o serviço é extremamente caro. A ViaGen, por exemplo, oferece a clonagem de cães por US$50 mil (algo em torno de R$288 mil). Esse é o mesmo valor para clonagem de gatos. Já para os cavalos, a quantia sobe para US$85 mil (quase R$490 mil).

A companhia afirma que já entregou “centenas” de clones de pets desde 2015. Diz ainda que “está comprometida com a saúde e o bem-estar de todos os animais com que trabalham”. E conclui que respeita e que está dentro de todas as regras e regulamentações do governo dos EUA.

Gato no colo de uma pessoa sendo acariciado
Algumas empresas já oferecem o serviço de clonagem do seu pet – Imagem: Magui RF/Shutterstock

Organizações em defesa dos animais, por sua vez, criticam os procedimentos. Alegam que essa indústria trabalha com um alto índice de insucesso: apenas em torno de 20% dão certo. Ou seja, muitos filhotes morrem ou nascem com doenças graves.

Isso significa que são necessárias várias “mães de aluguel” para permitir várias tentativas. Além disso, essas ONGs destacam que muitas pessoas que vão atrás desse serviço buscam algo impossível, que é ressuscitar seu melhor amigo.

A cópia do pet pode até ser geneticamente idêntico, mas ele nunca será o mesmo animal. Você não consegue clonar comportamento nem personalidade. Nem replicar com exatidão todas as experiências de vida de um e de outro.

Ou seja, os clientes devem estar prontos para amar um outro gato. Ou um outro cachorro. Partindo desse princípio, essas entidades defendem que, em vez de gastar uma fortuna com a clonagem, essas pessoas deveriam adotar novos bichinhos. Eu compartilho dessa opinião.

Via Olhar Digital

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