domingo, junho 30, 2024
InícioEsportePresidente do Fluminense explica demissão de Fernando Diniz; veja

Presidente do Fluminense explica demissão de Fernando Diniz; veja

Um dia após anunciar a demissão de Fernando Diniz, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, explicou em coletiva no CT Carlos Castilho, na manhã desta terça-feira (25), os motivos que levaram à saída do comandante.

Há pouco mais de um mês, o clube havia ampliado o vínculo do treinador até o final de 2025.

Entre os motivos citados, Mário afirmou que o trabalho estava sendo analisado desde o início da temporada. Após a conquista da Copa Libertadores, no ano passado, o Tricolor não reencontrou o bom futebol que levou ao título continental.

“Acreditávamos que voltaríamos a ter a performance e os resultados. Não existe um número de derrotas específicas. Existe uma avaliação técnica do trabalho que vinha sendo feito ao longo da temporada. A gente está classificado na Libertadores, Copa do Brasil e mal no Brasileiro. Ficamos seis meses tentando reencontrar o elo. A gente conversava com o Fernando. O futebol tem dia a dia, a performance e o ambiente. Não falo do ambiente interno, a despedida do Fernando foi uma das maiores emoções. Para um presidente, o Fluminense é o mais importante. Não é o Mario Bittencourt, o Diniz”, iniciou.

O dirigente prosseguiu: “Somos instrumentos para fazer o clube brilhar, assim como os jogadores. Mas todos nós vamos passar e o Fluminense vai seguir. A decisão parte do departamento de futebol e da presidência. A gente precisa encontrar caminhos para voltar a vencer e ver a torcida parar de sofrer e sangrar”.

Em seguida, o mandatário tricolor contou sobre a recente renovação de contrato de Fernando Diniz, anunciada no final de maio. O novo vínculo iria até dezembro de 2025.

“A gente quando comanda um clube toma decisões baseadas em nossos conceitos. Fiz um alongamento do contrato dele até o final de 2025. Essa extensão foi baseada no que a gente acreditava, que é tentar dar longevidade ao trabalho dos treinadores. Uma prova disso é que o Fernando é o treinador mais longevo do Fluminense no século. O segundo é o Abel Braga. São os treinadores que mais apresentaram resultados. O tempo de trabalho permite isso. Quando acabou a Libertadores recebia centenas de milhares de mensagens pedindo que o contrato fosse renovado por 10 anos. A legislação não permite isso”, disse.

O presidente prosseguiu em sua explicação. “Nessa renovação, eu fiz a extensão somente até o final do meu contrato. Eu poderia ter feito até meados de 2026. Mas fiz a prorrogação de um ano e meio porque acreditava que o trabalho voltaria a dar os resultados que a gente vinha tendo”.

Mário Bittencourt ainda deixou claro sobre a busca por um novo treinador desde a demissão de Fernando Diniz. Segundo ele, o Tricolor não terá pressa no mercado para ter um novo comandante. Marcão seguirá de forma interina.

“Temos aqui um técnico permanente, que é o Marcão. Todas as vezes que ele assume eu falo: ‘O Marcão é muito qualificado, competente, estudioso, tem todas as licenças e um cara com resultados muito importantes’. É um acordo que a gente tem. Ele é um cara muito importante para os momentos das saídas dos treinadores. Por que a gente sempre efetiva o Marcão na saída dos treinadores? Porque o trabalho dele aqui é diário junto do treinador que está aqui. A gente tem um processo decisório longo. O Marcão participa de todos os treinos dos treinadores do Fluminense. Quando o Fernando foi para a Seleção Brasileira, quem treinava o time era o Marcão”, afirmou.

Multa contratual

“Nós, ontem, quando discutimos a saída, negociamos um acordo de redução e parcelamento da multa. Não tem nada que faça que não seja pensado no Fluminense. Os treinadores que passaram aqui, alguns tiveram contrato de prazo e outros não. O clube passava por situação difícil. Não queria tomar multa e acabei perdendo o Odair assim. Só para entenderem. Eu estava começando a gestão. No ano seguinte, achei melhor fazer por prazo determinado. Teve uma rescisão de comum acordo com o Roger. Com o Abel foi diferente, ele falou para mim que seria o último trabalho. Com o Diniz foi o acordo que está na CLT. É a mesma multa que vale se o treinador for embora. Todos os treinadores que passaram por aqui estão integralmente pagos. Se eu fiz é porque o Fluminense tem capacidade de pagar. Quando ele foi para a Seleção, a gente recebeu uma multa”.

Despedida de Fernando Diniz

“Construímos essa relação. Eu sempre falei com ele sobre futebol. A gente nunca se encontrou além do campo. Sou amigo de todos que trabalham comigo, mas não impede de eu ter que tomar decisões que sangram no coração. A gente deu o mesmo abraço que em 2019, talvez com outra carga emocional. Choramos muito. Resolvemos a parte burocrática que ficou boa para todo mundo e ele pediu para se despedir de todos. Eu participei e vi uma das cenas mais bonitas que vi no futebol, de jogadores renomados e os que estão começando chorando. O choro foi muito de que a gente sabe que deu muito certo, a gente queria, mas não estava dando. Tenho certeza que essa relação foi de amor…não tem ódio nenhum. Foi um momento muito lindo. A partir de hoje, a gente tem que virar a página para a gente voltar a ganhar jogo”.

Elenco

“A gente monta elenco de acordo com o treinador. Por isso, a gente tenta manter o maior tempo possível. A maioria dos jogadores terminam contrato no final de 2024/2025. Nenhuma decisão é tomada assim: “eu quero esse jogador”. O time foi montado com a indicação ou a aceitação do treinador. Agora não adianta olhar a sequência de derrotas e achar que o trabalho não foi bem feito. Ganhamos uma Libertadores e Recopa. Nenhum time é vitalício. Uma das ideias de manter o Marcão são as peças que ele já conhece. Se ele quiser jogar de outra forma, ele já conhece as outras peças. Não significa que vai dar certo sempre, mas a gente tem que minimizar as chances de dar errado. Tem um cara (Marcão) aqui dentro que conhece os 35 jogadores”.


Via CNN

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui