O presidente do Esporte Clube Pinheiros, Carlos Brazolin, defendeu a nadadora brasileira expulsa da Olimpíada de Paris, Ana Carolina Vieira. Ele deu a declaração para a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ao receber a notícia da exclusão da nadadora. Ana Carolina faz parte do clube paulista.
O dirigente destacou que a Olimpíada estava “maravilhosa” e que o foco deveria ser nas vitórias. Brazolin defendeu que deveriam deixar outros assuntos para depois.
Apesar disso, a decisão de expulsão da Olimpíada já era definitiva. Segundo a CBDA, a agressividade de Ana Carolina com os treinadores tornou sua permanência “inviável”. A decisão recebeu apoio da CBDA e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Brazolin descreveu Ana Carolina como “uma moça com posicionamento forte e temperamento firme”. Em sua avaliação, muitos atletas hoje em dia expressam suas opiniões, algo que não era comum no passado.
“O atleta olímpico está ali na competição por algum motivo”, afirmou o presidente do Pinheiros, ao referir-se à autoconfiança dos esportistas.
Ele também disse que ainda não ouviu a versão da atleta e que é necessário esperar para formar uma opinião mais clara sobre o incidente.
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No mesmo dia da expulsão de Ana Carolina, a equipe do Clube Pinheiros teve motivos para comemorar com as conquistas dos judocas Willian Lima e Larissa Pimenta, que ganharam medalhas de prata e bronze, respectivamente.
Nadadora brasileira expulsa da Olimpíada de Paris revela denúncia de assédio
A nadadora Ana Carolina Vieira foi expulsa da Olimpíada de Paris por indisciplina. Ela se pronunciou sobre o assunto em seu perfil no Instagram, na noite deste domingo, 28. A atleta afirmou em vídeos que iria provar sua inocência.
Ana Carolina também revelou que havia denunciado ao COB um episódio de assédio na seleção brasileira. Mas, de acordo com ela, o caso foi ignorado. O COB ainda não se manifestou sobre a denúncia.
Em vídeos gravados em um aeroporto em Portugal, Ana Carolina disse que não conseguiu contato com ninguém depois de ser informada sobre sua expulsão. “Graças a Deus, eu vou provar que não tive má conduta nenhuma.”
A nadadora afirmou que uma moça a acompanhou depois do anúncio, mas não especificou de quem se tratava. Ela também afirmou que pediu para ser ouvida por um psiquiatra, o que foi negado.
“Como eu vou falar com o COB?”
Ana Carolina disse que saiu da Vila Olímpica de Paris sem seus materiais e que está desamparada. “Estou em Portugal, vou para o Recife e depois para São Paulo”, comunicou. A nadadora contou que a funcionária que a acompanhou sugeriu que ela entrasse em contato com os canais do COB sobre suas alegações.
“Mas como eu vou falar com o COB?”, indagou a atleta. “Já fiz uma denúncia de assédio dentro da seleção e nada foi resolvido.”
A nadadora avisou que vai conversar com seus advogados. “Estou bem, estou triste, mas estou com o coração em paz”, declarou. “Sei quem eu sou, sei do meu caráter, sei da minha índole e é isso que me conforta. Espero ainda poder defender a natação brasileira feminina, só peço tempo e um pouco de paciência.”