domingo, março 9, 2025
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Presidente deposto da Coreia do Sul deixa a prisão

O presidente destituído da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deixou, neste sábado, 8, o centro de detenção em Seul, onde estava desde 15 de janeiro. A liberação ocorreu depois de os promotores optarem por não recorrer da decisão judicial que anulou o mandado de prisão do líder, preso depois de decretar Lei Marcial no país.

Yoon saiu da unidade prisional com aparência tranquila e sorridente, vestindo um terno escuro sem gravata, com alguns fios grisalhos à mostra. Diante de simpatizantes que agitavam bandeiras da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, ele desceu do veículo, cumprimentou o público, ergueu o punho e fez uma reverência.

“Antes de tudo, gostaria de agradecer ao Tribunal Distrital Central por sua coragem e determinação em corrigir a ilegalidade”, declarou o político em um comunicado.

Na véspera, a Corte revogou o mandado de prisão de Yoon, sob a alegação de que houve falhas processuais durante sua detenção. De acordo com o tribunal, a acusação que possibilitou a prorrogação de sua prisão no dia 26 de janeiro foi apresentada depois do período legal de dez dias de detenção.

Para chegar a essa conclusão, os magistrados consideraram as horas em que ele esteve sob custódia, e não os dias completos.

Apesar da soltura, Yoon continua afastado de suas funções e responde a processos criminais devido à imposição temporária da Lei Marcial, em 3 de dezembro. A medida gerou instabilidade política no país, uma vez que, na ocasião, ele também mobilizou as forças militares para o Parlamento com o objetivo de impedir a atuação dos congressista.

Presidente da Coreia do Sul pode pegar prisão perpétua

Caso seja condenado, ele poderá receber pena de prisão perpétua ou até mesmo ser sentenciado à morte. Além disso, o processo de impeachment segue em análise pelo Tribunal Constitucional, depis de ter sido aprovado pelo Parlamento no dia 14 de dezembro. Enquanto aguarda o desfecho do julgamento, ele ainda mantém oficialmente o título de presidente do país.

Na prática, porém, o chefe de Estado da Coreia do Sul atualmente é o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que assumiu a posição no fim de dezembro e tem se dedicado a estabilizar o mercado e restaurar a confiança dos parceiros internacionais. Ele substituiu o primeiro-ministro, que também foi destituído pouco depois de assumir como presidente interino.

O Partido Democrático da Coreia do Sul, principal legenda opositora, pediu ao Tribunal Constitucional que remova Yoon do cargo o quanto antes, criticando a decisão dos promotores de não recorrer, o que, segundo a sigla, estaria “lançando o país e a população em uma crise”. Já os advogados do ex-presidente afirmaram que a determinação da Corte representa o “início de uma jornada para restaurar o Estado de Direito”.

Neste sábado, aproximadamente 55 mil apoiadores de Yoon participaram de um ato em Seul, enquanto outras 32,5 mil pessoas protestavam contra ele, segundo informações da agência de notícias sul-coreana Yonhap, que citou estimativas extraoficiais.

Se a destituição de Yoon for confirmada, uma nova eleição presidencial deverá ser realizada em um prazo de 60 dias para escolher um novo governante.

Via Revista Oeste

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