Na sexta-feira 3, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa, fez algumas declarações sobre a guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas que desagradaram o embaixador da Autoridade Palestina em Portugal.
Marcelo de Sousa dirigiu-se a Nabil Abuznaid, o representante da Palestina em Portugal, durante o evento de abertura do Bazar Diplomático 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. Ambos os políticos conversavam em inglês — diálogo que foi registrado pelos microfones de diversas emissoras e portais de mídia que estavam presentes.
“Eu sei que culpam Israel, mas desta vez foi alguém do vosso lado de começou. E não deviam”, disse Marcelo ao representante da Palestina, que ficou visivelmente incomodado com as declarações do político português.
“O extremismo gera mais extremismo e, desta vez, o extremismo começou por parte de alguns palestinos”.
???????????????? “Eu sei que você culpa Israel, mas, desta vez, foi alguém do seu lado que começou [com a guerra]”, diz o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ao embaixador da Palestina no país.pic.twitter.com/Kso3CXJKCr
— Eixo Político (@eixopolitico) November 4, 2023
“Um grupo de palestinos”
Durante uma rápida troca de palavras em inglês captada pela câmera da emissora portuguesa RTP e também pelos microfones de diversos jornalistas presentes para a cobertura do evento diplomático, o chefe do Estado português ouviu Nabil Abuznaid tentar defender as ações dos palestinos.
“Os palestinos vivem sob ocupação há anos”, disse Nabil. O representante de Portugal disse que reconhecia a ocupação, no entanto insistiu que os palestinos “não deviam ter começado os ataques contra Israel”.
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Marcelo de Sousa limitou a responsabilidade dos ataques inicias da atual guerra no Oriente Médio a um “grupo de palestinos”: a entidade terrorista Hamas.
“Um pretexto”
Horas mais tarde, interpelado por jornalistas do bloco de esquerda que têm dificuldades em condenar publicamente os ataques do Hamas, Marcelo explicou as suas declarações.
“O que eu disse foi o seguinte: foi que, neste caso específico, o ataque terrorista como se deu serviu como pretexto que não facilitava a nossa finalidade que é ter um Estado palestino e ter um Estado judeu. O ataque deu pretexto àqueles que são adversários disso”.
Por fim, Marcelo reiterou que o direito humanitário é “violado quer por atos terroristas que matam crianças, mulheres, vítimas inocentes, quer por respostas a isso, que também matam crianças, mulheres e vítimas inocentes”. E acrescentou que a ideia de uma “culpa coletiva é inaceitável, porque é cair em cima de vítimas, sejam quem forem”.