sábado, novembro 23, 2024
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Presidente da Guiana espera que Brasil tenha papel de liderança

O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que seu país espera que o Brasil seja um líder diante da tensão criada depois que a Venezuela realizou um referendo sobre a anexação do território guianense de Essequibo.

Em entrevista à emissora GloboNews, Ali declarou que o Brasil tem sido “um campeão de estabilidade” na região e que exerce um papel significativo para evitar um conflito.

“O que a Guiana quer, a única ambição, é que essa região se mantenha como uma região de paz e estabilidade”, declarou Ali. “Uma região onde todos podemos coexistir em harmonia.”

O presidente guianense também disse que enxerga o apoio do Brasil ao seu país e que a resposta do governo brasileiro tem sido “muito madura”.

Ali afirmou na GloboNews que antes do referendo recebeu uma ligação de Lula, que disse ter enviado uma equipe para a Venezuela conversar com o ditador Nicolás Maduro.

“Vemos o governo brasileiro tomando medidas para garantir seu território”, ressaltou.

Boa relação entre Brasil e Venezuela

O bom relacionamento entre Lula e Maduro não é um motivo de preocupação para a Guiana, de acordo com o Irfaan Ali.

Ele destacou que, em conversa com o presidente brasileiro e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ambos asseguraram que “a Venezuela estará do lado certo da lei”.

“Então, temos confiança de que o Brasil vai agir de maneira responsável e que seja condizente de um país que mostra maturidade e liderança”, acrescentou.

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Irfaan Ali afirmou que conversou com Lula e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ambos asseguraram que “a Venezuela estará do lado certo da lei” | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

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Preocupação militar da Guiana

Ao ser questionado sobre uma possível invasão militar venezuelana, Ali declarou que o país vizinho “é muito imprevisível”.

O presidente da Guiana mencionou o fato de a Venezuela ter colocado em prática um referendo para debater um assunto que ele considera ter sido superado há décadas.

“Eles mandaram um recado à Corte Internacional de Justiça de que não estão preocupados com uma ordem internacional”, comentou.

Para Irfaan Ali, lidar com um governo como o de Maduro requer estar do lado da cautela e “assegurar que tem todos os sistemas no lugar para qualquer eventualidade, porque não há um comportamento racional” por parte do regime venezuelano.

Referendo

Os venezuelanos aprovaram no domingo 3 em referendo a proposta do regime de Maduro para a criação de um novo Estado em Essequibo, região da Guiana que os dois países disputam.

De acordo com o governo da Venezuela, mais de 95% dos eleitores votaram a favor da questão, uma das cinco elaboradas na consulta pública.

O resultado acabou acirrando as tensões na região e aumentou o temor pelo risco de um conflito armado. O Brasil já reforçou a presença de militares no norte de Roraima, que faz fronteira tanto com a Venezuela quanto com a Guiana.

O referendo tinha caráter consultivo. Por isso, o resultado não significa que a Venezuela está autorizada a anexar a região de Essequibo, que representa mais de 70% do território do território da Guiana e com área maior que a Inglaterra.

Mesmo assim, o referendo é visto por Caracas como mais passo para tomar o controle da região.

+ Leia também: Guiana: entenda com o petróleo influencia a disputa territorial do país com a Venezuela

Via Revista Oeste

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