A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, criticou, nesta quarta-feira, 26, o possível acordo para a divisão dos principais cargos da União Europeia (UE). Para ela, o plano não leva em conta o resultado das eleições para o Parlamento, em que a direita sobressaiu.
Conforme fontes, três principais partidos de centro do bloco teriam articulado um acordo para distribuir as cadeiras mais importantes, com a alemã Ursula von der Leyen em um segundo mandato de chefe da Comissão Europeia. Apesar da maioria na Itália, o partido de Meloni, Irmãos da Itália (FdI), não fez parte da negociação.
“Não me parece que tenha surgido até agora uma disposição para levar em conta o que os cidadãos disseram nas urnas”, disse Meloni a parlamentares. “As instituições da União Europeia foram concebidas como entidades neutras, capazes de garantir todos os Estados membros, independentemente da cor política dos governos deles”.
Não foi só na Itália que a direita ganhou força, mas na União Europeia de maneira geral. Os Conservadores e Reformistas Europeus também tiveram destaque em países como Alemanha, França e Polônia.
O acordo para cargos na União Europeia
A partir desta quinta-feira, 27, uma cúpula de líderes em Bruxelas vai submeter os acordo à aprovação dos membros. Caso o vazamento se confirme, os partidos de centro, entre centro-esquerda, liberais e centro-direita, continuarão a ter o controle das decisões.
Nesse sentido, ainda segundo fontes internas, o ex-premiê de Portugal António Costa seria o presidente do Conselho de Líderes Nacionais da União Europeia, e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, a chefe da política externa.
Os partidos de centro têm votos necessários para a aprovação do acordo no Conselho Europeu. O novo mandato de von der Leyen, porém, precisaria ser submetido a todo o Parlamento Europeu, onde ela teria de conseguir mais aliados. Diplomatas enxergam uma possível aproximação da alemã com a premiê italiana e não descartam um cargo “poderoso” nas mãos de Meloni.