domingo, julho 7, 2024
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Prefeitura demite fiscal que não sinalizou falta de alvará

A Prefeitura de São Paulo demitiu José Luiz Dias Barreira, fiscal que não sinalizou a construção de um prédio de luxo sem alvará no Itaim Bibi. A decisão foi divulgada no Diário Oficial nesta terça-feira, 2.

Em fevereiro de 2023, o portal Metrópoles revelou que a construção de 23 andares foi realizada sem licença e sem pagamento de tributos à prefeitura pela Construtora São José. Uma sindicância da Controladoria Geral do Município mostrou que a obra recebeu duas inspeções de funcionários em 2020 e 2022, que resultaram em processos administrativos.

Em outubro de 2022, Barreira, agente vistoriador, visitou a obra depois de uma denúncia sobre a falta de alvará. Segundo a CGM, ele informou que o local estava fechado e sem operários, mas não alertou que o prédio já estava pronto.

A demissão cita o artigo 195, inciso I, da Lei 8.989/79. A lei proíbe ações de “omissão que comprometam a dignidade e o decoro da função pública”, sujeitando o servidor à demissão.

O prédio, quase concluído, possui 20 apartamentos, um duplex na cobertura e quatro andares de estacionamento. Ele é localizado na rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, no Itaim Bibi, área nobre de São Paulo.

Prefeitura de São Paulo move ações contra outros envolvidos

Em 2022, prédio no Itaim Bibi ainda estava na etapa de construção | Foto: Reprodução/Redes sociais
Em 2022, prédio no Itaim Bibi ainda estava em construção | Foto: Reprodução/Redes sociais

Em fevereiro, a prefeitura embargou o prédio e entrou com uma ação judicial para demolição. A oposição ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) sugere converter o prédio em unidades habitacionais para pessoas de baixa renda.

Além de Barreira, a obra foi inspecionada em fevereiro de 2020 por Elizabeth Filippini, que não reportou o início da construção. A CGM recomendou um processo sumário contra ela.

A CGM também solicitou um processo administrativo contra Roberto Montes Martinez Serrano, supervisor técnico de Fiscalização da Subprefeitura de Pinheiros, que negou o alvará à Construtora São José em 2016.

Defesa de José Luiz Dias Barreira

Em nota ao portal Metrópoles, a defesa de Barreira considerou a demissão “injusta, totalmente divorciada das provas produzidas nos autos e totalmente desproporcional à conduta praticada”.

A defesa afirmou que vai “judicializar” a decisão da prefeitura e alegou que “não se pode transferir a responsabilidade pela construção de um prédio a um servidor público que assumiu o setor quando o edifício já havia sido totalmente erigido”.

Via Revista Oeste

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