O prazo para as pessoas assinarem seus nomes junto ao poema que será enviado para Europa, a lua congelada de Júpiter, está acabando.
A Nasa anunciou que o prazo da campanha termina às 23h59 do dia 31 de dezembro. Até o momento, cerca de 700 mil nomes foram submetidos.
A campanha “Mensagem na garrafa” permite que qualquer um assine seu nome junto ao poema escrito pela poetisa americana Ada Limón. O poema está gravado na espaçonave robótica Europa Clipper da Nasa, e os nomes dos participantes serão gravados em microchips na espaçonave.
Depois que todos os nomes forem reunidos, os técnicos do Laboratório de Microdispositivos do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA usarão um feixe de elétrons para gravá-los em um microchip de silício do tamanho de uma moeda de dez centavos.
Cada linha de texto tem menos de um milésimo (1/1000) da largura de um fio de cabelo humano (75 nanômetros).
Campanha “Mensagem na Garrafa”
Clique aqui para incluir seu nome na espaçonave.
A missão viajará quase 3 bilhões de quilômetros até o sistema de Júpiter. A Europa Clipper está programada para ser lançada do Centro Espacial Kennedy da Nasa em outubro de 2024 e chegar na órbita de Júpiter até 2030.
Ao longo de vários anos, dezenas de sobrevoos serão realizados na lua congelada de Júpiter, Europa, reunindo medições detalhadas para determinar se a lua tem condições adequadas para a vida.
A ideia de mandar uma “mensagem na garrafa” é uma campanha na qual colaboram a Nasa, o Poet Laureate dos EUA e a Biblioteca do Congresso dos EUA.
Um poema para Europa
A água é o elemento que aproxima nosso planeta e a lua de Júpiter, Europa.
Os cientistas da Nasa têm fortes evidências de que a Europa tem um oceano interno sob sua camada externa de gelo, um enorme corpo de água salgada girando em torno do interior rochoso da lua.
Segundo o site da Nasa, o poema de Limón conecta os dois mundos aquáticos — a Terra, ansiosa para alcançar e entender o que torna um mundo habitável, e a Europa, esperando com segredos ainda a serem explorados.
Confira uma tradução do poema de Ada Limón:
Elogio ao Mistério: Um Poema para Europa
Arqueando sob o céu noturno cheio
de expansividade negra, apontamos
para os planetas que conhecemos, nós
pregamos desejos rápidos em estrelas. Da terra,
lemos o céu como se fosse um livro infalível
do universo, experiente e evidente.
Ainda assim, existem mistérios abaixo do nosso céu:
o canto da baleia, o pássaro cantante cantando
seu chamado no galho de uma árvore sacudida pelo vento.
Somos criaturas de admiração constante,
curiosas pela beleza, pelas folhas e flores,
pela dor e pelo prazer, pelo sol e pela sombra.
E não é a escuridão que nos une,
nem a fria distância do espaço, mas
a oferenda de água, cada gota de chuva,
cada riacho, cada pulso, cada veia.
Ó segunda lua, nós também somos feitos
de água, de mares vastos e convidativos.
Nós também somos feitos de maravilhas, de
amores grandiosos e comuns, de pequenos mundos invisíveis,
de uma necessidade de clamar na escuridão.
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