Stonehenge, um dos monumentos mais enigmáticos do mundo, continua a desafiar especialistas. Além de sua função exata e do método de construção, a origem de suas pedras é um dos mistérios que mais intrigam a ciência.
Embora se pensasse que as “pedras azuis” vinham do País de Gales, um estudo recente revelou uma nova e surpreendente origem para a Pedra do Altar. Novas análises sugerem que essa rocha colossal pode ter viajado uma distância ainda maior do que se pensava, vindo da Escócia.
Essa conclusão deixou os pesquisadores surpresos, pois transportar uma pedra de seis toneladas desde o nordeste da Escócia até Wiltshire, na Inglaterra, parece uma tarefa quase impossível para o período neolítico.
Um artigo que descreve a pesquisa, liderada por Anthony Clarke, doutorando da Universidade Curtin, na Austrália, foi recém-publicado no Journal of Archaeological Science: Reports.
Pedra do altar de Stonehenge foi comparada às de outros círculos megalíticos
“Quando descobri que era escocês, minha equipe e eu pensamos: ‘De jeito nenhum as pessoas mudaram isso. É muito longe’. A hipótese é que a pedra tenha sido um ‘presente diplomático’, aumentando a importância simbólica de Stonehenge”, disse Clark ao site IFLScience.
Inicialmente, acreditava-se que a pedra poderia ter vindo de Orkney, uma ilha no norte da Escócia, conhecida por seu arenito abundante e por monumentos megalíticos semelhantes. No entanto, uma análise mais aprofundada derrubou essa teoria.
O estudo utilizou difração de raios-X, microscopia e técnicas de espectroscopia para comparar a Pedra do Altar com 12 outras pedras de círculos megalíticos de Orkney, como as Pedras de Stenness e o Anel de Brodgar. Os resultados foram claros: não houve correspondência entre elas.
Embora a origem exata da Pedra do Altar permaneça incerta, os pesquisadores acreditam estar cada vez mais próximos de resolver esse mistério. Richard Bevins, professor honorário de geografia e ciências da terra na Universidade de Aberystwyth, em Gales, afirmou que a pesquisa está começando a descartar áreas específicas do nordeste da Escócia, refinando os resultados.