Há pouco mais de duas semanas, o mundo assistiu com fascinação ao propulsor Super Heavy (estágio inferior do megafoguete Starship, da SpaceX) realizando o primeiro pouso de captura em torre da história, após o quinto voo de teste do veículo.
Poucos sabiam, no entanto, que o evento quase terminou em desastre. Faltou apenas um segundo para que o sistema de abortamento automático fosse acionado, o que derrubaria o foguete no chão.
A abordagem controlada do foguete até a torre Mechazilla – que lançou o propulsor e o segurou com gigantescos braços robóticos de aço após o retorno – foi um feito que impressionou tanto pelo tamanho da operação quanto pelo risco envolvido. No fim, deu tudo certo, mas, agora, sabe-se que foi por pouco.
Revelação foi feita a Elon Musk durante jogo online
Na sexta-feira (25), o fundador e CEO da Spacex, Elon Musk, publicou no X (antigo Twitter) um vídeo no qual estava jogando online enquanto conversava com membros da equipe. Durante o bate-papo, um ideles comentou: “Quero ser muito franco sobre o que aconteceu de assustador e o que estamos fazendo para corrigir isso”.
Ele explicou que estavam a apenas um segundo de um abortamento de pouso devido a um erro na configuração do gás giratório. Esse problema teria acionado o protocolo de emergência, fazendo o foguete abortar o pouso próximo à torre e colidir com o solo.
O protocolo de segurança previa que o Super Heavy deveria, em caso de falha, desviar para uma área segura, como o mar ou o deserto. No entanto, naquela situação, o foguete poderia ter caído no próprio espaçoporto da SpaceX, em Boca Chica, no Texas.
Abortamentos são comuns no exercício complexo de uma missão espacial. No entanto, de acordo com uma das pessoas que participavam da conversa, foram detectados “100 abortos que não eram exatamente triviais”, que quase causaram um atraso no quinto voo do Starship.
Próximo lançamento do Starship deve equilibrar redução de riscos e velocidade
O funcionário da SpaceX continuou, dizendo que uma revisão completa seria necessária antes do próximo voo, que já tem a aprovação da Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA) – o que libera a empresa para lidar com os preparativos à sua maneira, sem necessidade de estar em coordenação com o governo norte-americano.
Ele também afirmou que os membros da equipe estão buscando equilibrar redução de riscos e velocidade para o próximo lançamento, aproveitando a ausência de restrições rigorosas da FAA. “Não temos todo o tempo que gostaríamos para uma análise minuciosa, mas estamos priorizando um equilíbrio entre agilidade e mitigação de riscos no booster”, disse um dos envolvidos.
Na conversa, alguém também revelou preocupações sobre a pluma do motor durante a queima de pouso, mas a gravação foi interrompida antes de mais detalhes serem fornecidos.
Ao longo da interação, Musk permaneceu calado, comentando apenas com um “Uau!” sobre o quase abortamento do pouso. Quando foi questionado se sabia que o áudio estava público, o empresário respondeu que sim.