O senso comum tenta responder por que mulheres vivem mais do que homens. A imprudência é um fator que costuma ser bastante mencionado no bate-boca, mas a ciência descobriu que não é bem isso. Cientistas da Universidade de Osaka (Japão), revelaram que o motivo por trás da disparidade na expectativa de vida é mais profundo: está nas células.
Mulheres vivem mais até no reino animal
Dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que as mulheres vivem, em média, sete anos a mais do que os homens.
Isso provou ser real também no reino animal. A pesquisa, conduzida pelos japoneses e publicada na Science Advances neste mês, analisou peixes da espécie Nothobranchius furzeri, também conhecidos como “killifish”, que atingem a maturidade sexual em duas semanas e vivem por alguns meses.
A espécie foi escolhida por um motivo: o processo de envelhecimento deles é similar ao dos humanos. Ou seja, os peixes são um pontapé inicial na compreensão de nosso envelhecimento.
Diferença na expectativa de vida está nas células
Os pesquisadores revelaram que a diferença na expectativa de vida entre peixes-macho e fêmeas se deu pelas células germinativas, responsáveis pelos gametas (espermatozoides nos homens e óvulos nas mulheres).
O segredo para comprovar isso foi remover as células e equilibrar os níveis entre as espécies de ambos os sexos. Como resultado, a interrupção da produção dos microorganismos deu mais tempo de vida para os machos e diminui o das fêmeas, eliminando a disparidade.
Queríamos entender como as células germinativas poderiam afetar homens e mulheres de maneira tão diferente. Nosso próximo passo foi investigar os fatores responsáveis.
Kota Abe, principal autor do estudo, em entrevista à Universidade de Osaka
Equilíbrio nas células teve consequências
- Os pesquisadores, então, quiseram entender o motivo por trás disso;
- Eles descobriram que as mulheres vivem mais devido à sinalização hormonal. Quando as células responsáveis por isso foram interrompidas, o estrogênio diminuiu e a expectativa de vida encurtou;
- O crescimento também mudou. A ausência das células e do estrogênio suprimiram sinais do corpo para manutenção da saúde e retardar o envelhecimento;
- Já nos homens, a ausência das células germinativas melhoraram a saúde dos músculos, ossos e pele, além de aumento de sinalização de vitamina D;
- Outra conclusão da pesquisa é que, quando a vitamina D era administrada de forma ativa, homens e mulheres vivem mais. Ou seja, a vitamina influencia a longevidade em peixes e pode fazer o mesmo em humanos.