Ao longo da História, muitos tentaram criar uma máquina de movimento perpétuo – dispositivo que, após iniciado, teoricamente permaneceria em movimento para sempre. Ninguém conseguiu fazer funcionar. Nem mesmo Leonardo Da Vinci.
Para quem tem pressa:
- A ideia de uma máquina de movimento perpétuo, que teoricamente funcionaria indefinidamente uma vez iniciada, tem fascinado inventores ao longo da história, incluindo Leonardo Da Vinci. No entanto, nenhum desses dispositivos funcionou na prática;
- Os primeiros projetos de tais dispositivos remontam à Idade Média, como o Perpetuum Mobile de Villard de Honnecourt, proposto entre 1225 e 1235. Da Vinci também desenhou várias máquinas de movimento perpétuo, mas é improvável que acreditasse na viabilidade desses dispositivos;
- O conceito de máquina de movimento perpétuo falha porque contradiz as leis fundamentais da termodinâmica. A primeira lei afirma que a energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada. A segunda lei adiciona que a entropia de um sistema isolado tende a aumentar;
- A busca por tal dispositivo levou a muitos enganos e fraudes, a ponto de escritórios de patentes recusarem reivindicações para esses tipos de invenções hoje em dia.
Máquinas de movimento perpétuo não funcionam porque violariam a primeira e a segunda leis da termodinâmica. A primeira diz que a energia não pode ser criada ou destruída, apenas mudada de forma. Já a segunda acrescenta que a entropia de um sistema isolado aumenta com o tempo. Calma, vai fazer sentido. Vamos por partes.
{{#values}}
{{#ap}}
{{/ap}}
{{^ap}}
{{/ap}}
{{/values}}
Máquinas de movimento perpétuo
Os primeiros designs para tal dispositivo incluem o Perpetuum Mobile, de Villard de Honnecourt. Esse dispositivo, proposto entre 1225 e 1235, supostamente sustentaria o movimento de uma roda ao anexar pesos a ela.
O problema era que a quantidade de força necessária para levantar os martelos até o topo do arco é mais do que a roda ganha com esses martelos caindo do outro lado. O vídeo abaixo demonstra como isso funciona na prática:
Já o caderno de Da Vinci continha designs para várias máquinas de movimento perpétuo diferentes – incluindo uma versão um pouco diferente da roda giratória com pesos (veja no vídeo abaixo). No entanto, é improvável que ele pensasse que esse tipo de dispositivo funcionaria, conforme publicado pelo Open Culture.
Leis da termodinâmica (e fraudes)
Lembra das duas leis da termodinâmica, citadas no começo deste texto? A primeira significa que não dá para obter mais energia do que a colocada. Isso torna a busca inútil para quem espera usar uma máquina de movimento perpétuo para gerar energia.
Já a segunda significa que, à medida que a energia é transferida e transformada, parte dessa energia é dispersa e “desperdiçada”, por exemplo, por meio da perda de calor por atrito. Ou seja, à medida que a máquina gira, o sistema perderá energia, o que faria o dispositivo parar eventualmente, se não imediatamente.
Até o momento, ninguém conseguiu fazer a ideia de máquinas de movimento perpétuo funcionar de verdade. Mas muitos fingiram que sim ao longo dos anos – aponto de escritórios de patentes não aceitarem mais reivindicações de dispositivos deste tipo, segundo o jornal The Guardian.
Mistério por trás da máquina
O cientista David Jones criou uma, sob o pseudônimo “Dédalo”. A roda se moveu por décadas, embora requeira ajustes (não revelados, claro) de vez em quando. A máquina, abrigada na Royal Society (sociedade científica e a academia nacional de ciências do Reino Unido), viola as leis da física.
Por isso, se considera que tenha algum mecanismo oculto, provavelmente escondido nas caixas pretas nos raios da roda ou nos canos e caixas abaixo dela. Esse mecanismo fornece energia adicional para manter a roda em movimento. No entanto, o método real é mantido em segredo e não será revelado por três décadas.
“Muitos tentaram discernir os funcionamentos disfarçados das máquinas de movimento perpétuo de Dédalo”, escreveu Virginia Mills, da Royal Society. “Mas ouvi dizer que apenas uma pessoa já sugeriu a resposta certa ao seu criador.”