No último domingo 31, um Porsche 911 Carrera GTS 2024 bateu na traseira de um Renault Sandero no qual estava um motorista de aplicativo — que morreu. O boletim de ocorrência sobre o acidente revelou que o motorista do carro de luxo não tinha seguro veicular.
De acordo com o Tabela Fipe, o Porsche que era conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos de idade, custa em média R$ 1,2 milhão. Por que um automóvel tão caro não tem seguro? De acordo com o portal UOL, o veículo tem documentação regular, incluindo IPVA, e conta com registro em nome de uma empresa da família do empresário.
Conforme o UOL, essa situação é bastante comum. Isso porque diversos proprietários de carros de luxo — avaliados em mais de R$ 1 milhão — simplesmente preferem a incerteza do risco do que ter o patrimônio comprometido em caso de furto, roubo ou sinistro.
Carros como o Porsche do acidente não têm seguro
A diretora da oficina independente Frison, Lilian Viana, especializada em consertos de veículos esportivos de luxo, explicou a questão.
“Menos de 10% dos meus clientes têm seguro porque não vale a pena. Eles usam o esportivo poucas vezes ao ano e têm carros mais tradicionais para o dia a dia. A relação custo x risco não compensa. Além disso, alguns levam o carro para acelerar em autódromos e o seguro não cobre esse tipo de uso”, afirmou Viana.
A especialista disse também que, no caso de carros mais caros e luxuosos, é bastante frequente haver perda total em caso de acidente. Isso em comparação com automóveis convencionais, pelo fato de o custo de peças de reposição ser elevado e também por conta da mão de obra cara.
Geralmente, as seguradoras dão perda total e ainda pagam o valor estabelecido pela Tabela Fipe ao proprietário quando o reparo chegar a 75% do valor de mercado do carro danificado.