Desde o seu lançamento em 1979, “O Guia do Mochileiro das Galáxias” se tornou uma das mais influentes obras da cultura pop mundial. Mas as páginas do mais completo guia do viajante interestelar trazem em si várias coincidências vistas na vida fora da ficção. Mas será que 42 é a resposta pra a vida, o universo e tudo mais?
“Eu verifiquei muito minuciosamente”, disse o computador, “e isso é definitivamente a resposta. Acho que o problema, para ser bastante honesto com você, é que você nunca soube, na verdade, qual é a pergunta.”
“Mas era a Grande Pergunta! A Pergunta Definitiva da Vida, do Universo e de Tudo”, uivou Loonquawl.
“Sim”, disse Pensamento Profundo com a expressão de quem tolera tolos com prazer, “mas o que realmente é essa pergunta?”
Na saga “O Guia do Mochileiro das Galáxias,” os Magratheans, especialistas em construir planetas sob encomenda, foram contratados para criar o supercomputador Pensamento Profundo. Seu objetivo era decifrar a “Pergunta Fundamental da Vida, do Universo e de Tudo” para uma superinteligência curiosa. O processo de construção do Pensamento Profundo levou muitos anos, resultando em um computador colossal. Após sua ativação, e um tempo de processamento de milhões de anos, o supercomputador revelou a resposta enigmática de 42.
42: por que o número seria a resposta?
A galáxia então passou a buscar quais as perguntas para as quais as respostas seriam o número 42. Fora da ficção, no mundo da ciência e da existência, uma resposta peculiar continua a se destacar: 42. Desde a matemática até a música, e até mesmo na crise da meia-idade, o número 42 revela sua presença de maneiras inusitadas.
Os exemplos de onde o número se apresenta como resposta são bastante curiosos. Na matemática, por exemplo, 42 revela-se como o número de partições de 10, a soma de seus próprios divisores não primos e o último número natural abaixo de 100 a ser representado como a soma de três cubos. Já no futebol, é o número de desfechos possíveis em cada fase de grupos da Copa do Mundo da FIFA, enquanto na óptica, é o desvio preciso em graus de uma fonte de luz que produz um arco-íris.
Já na vida humana, o número 42 assume uma conotação um tanto triste. Um estudo realizado em 2015, que seguiu dezenas de milhares de pessoas em três países, sugere que a felicidade segue uma curva em U, atingindo seu ponto mais baixo por volta dos 42 anos. É a idade da crise da meia-idade, marcada por mudanças nos gostos musicais e uma busca por significado.
Mas se o Guia do Mochileiro das Galáxias traz as melhores dicas para sobreviver no universo, não seria de se estranhar que o número 42 também se insinua na cosmologia.
A Constante de Hubble é uma medida de quão rápido o universo está se expandindo agora, definindo a escala do universo em termos de tamanho e idade. A questão essencial é: quão grande é o universo? Para responder a essa pergunta praticamente impossível, entra em cena a Constante de Hubble, que mede a expansão contínua do universo. As estimativas modernas dessa constante, derivadas de dados do satélite Planck, mostram um valor em torno de 67-68 km/s/Mpc. E, curiosamente, ao converter para a unidade imperial, esse valor é aproximadamente 42 milhas por segundo por megaparsec.
Apesar de todas as respostas que envolvem o número 42 serem bastante espalhadas por todas as áreas do conhecimento. A presença do número 42 em diferentes contextos, como na tristeza da meia-idade e na Constante de Hubble, parece ser mais uma coincidência estatística do que uma regra universal. Em cada caso, sua ocorrência é explicada por circunstâncias específicas ou medidas científicas, sem indícios de uma conexão intrínseca. Mas mesmo assim podemos afirmar 42 é de fato uma das infinitas respostas para a vida, o universo e tudo mais.