O Grupo Editorial Record, com sede na cidade do Rio de Janeiro, suspendeu a publicação de dois livros do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. A decisão ocorre depois que denúncias de assédio sexual contra ele tornaram-se públicas.
No início deste ano, a empresa contratou Almeida para a produção de uma obra inédita. Além disso, previa o lançamento, para 2025, de uma nova edição do livro Racismo Estrutural. A editora publicou primeiramente uma versão inaugural como parte da coleção “Feminismos Plurais”, de Djamila Ribeiro.
Record vai aguardar decisão da Justiça
Para o jornal O Globo, a editora informou que, diante das “graves acusações contra o autor”, a empresa decidiu “aguardar o processo e a defesa de Almeida para tomar uma decisão definitiva quanto aos livros”.
Além do governo Lula da Silva demiti-lo do comando do Ministério dos Direitos Humanos, a Polícia Federal (PF) investiga o advogado principalmente por denúncias de assédio sexual, segundo denúncias da ONG Me Too e reveladas pelo site Metrópoles em setembro deste ano.
Conforme as informações, Silvio Almeida teria importunado, entre outras vítimas, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Em depoimento à PF em outubro, ela confirmou que Almeida a incomodou.
Na época, Anielle relatou que os episódios começaram ainda durante a transição para o governo Lula e consistiam em atitudes e falas que ela diz repudiar. “Demorei para acreditar, porque era uma decepção”.
Desde a revelação do caso, Almeida nega as acusações e destaca que a investigação seria uma oportunidade para “provar sua inocência e se reconstruir”.
A PF informou que pretende adotar um novo protocolo na investigação. O objetivo é preservar as denunciantes, garantindo que elas não tenham de relatar o que viveram diversas vezes ao longo do processo.