Tudo sobre Estados Unidos
Em 1908, a refinaria Standard Oil se instalou na cidade de Baton Rouge, capital da Louisiana, nos Estados Unidos. A região tinha tudo o que a planta precisava: abundantes depósitos de petróleo, sal e gás, além do rio Mississippi, que funcionou como uma importante via de transporte para os produtos.
Depois da Standard Oil vieram outras. E outras. Mais outras. No século passado, mais de 300 indústrias petroquímicas passaram pelo espaço. Sua importância é tão grande, que essa faixa de aproximadamente 140 quilômetros ficou responsável por cerca de 25% da produção petroquímica de todo o país. Só que todo esse progresso teve um custo elevado.
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A poluição chegou a níveis perigosos para o ser humano. A fumaça que saía das fábricas carregava consigo um gás tóxico chamado óxido de etileno. Ele é inflamável, incolor e tem um cheiro levemente adocicado. Possui diversos usos industriais, incluindo a produção de produtos como anticongelantes, detergentes, fibras e garrafas. Também é usado para esterilizar equipamentos médicos e de produção de alimentos.
O grande problema é que a exposição a altas concentrações desse gás tóxico é extremamente danosa às pessoas, podendo causar alterações no DNA, além de aumentar o risco de desenvolvimento de um câncer.
Aliás, justamente por esse motivo, a região ganhou o apelido de “Beco do Câncer”. Lá, 46 indivíduos em um milhão correm o risco de desenvolver a doença. A média nos EUA é bem menor: de 30 a cada um milhão.
Um novo estudo
“Esperávamos ver óxido de etileno nesta área. Mas não esperávamos os níveis que vimos e certamente eram muito, muito mais elevados do que os níveis estimados pela Agência de Proteção Ambiental”.
“Dirigíamos pelas áreas industriais e víamos concentrações atingindo 40 partes por bilhão, o que é mil vezes maior do que o risco aceito de exposição ao longo de toda a vida”, completou.
- Os cientistas publicaram um gráfico mostrando que toda a área conhecida como “Beco do Câncer” está comprometida.
- Alguns locais, porém, representam um risco absurdo ao ser humano.
- Os especialistas defendem uma ação enérgica e imediata das autoridades americanas.
- Milhares de pessoas são expostas diariamente a um gás que pode ser mortal para elas.
As informações são do IFL Science.
Um caso parecido no Brasil
O Brasil não tem um “Beco do Câncer”, mas tinha um “Vale da Morte”. Foi assim que a cidade de Cubatão, próxima ao litoral São Paulo, ficou conhecida nas décadas de 1970 e 80.
A história é bem parecida com a de Baton Rouge, mas sem as reservas de petróleo. Primeiro chegaram as fábricas agrícolas. Após 1940, com a construção da Via Anchieta, vieram refinarias, siderúrgicas e a formação do primeiro Polo Petroquímico brasileiro.
Para você ter uma ideia, em 1977, a emissão de componentes químicos tóxicos como monóxido de carbono, benzeno, óxidos de enxofre e nitrogênio, hidrocarbonetos e material particulado liberados em Cubatão ultrapassava mil toneladas por dia.
Em 1980, a ONU passou a reconhecer o município como “o mais poluído do mundo”.
Como estávamos vivendo a ditadura, não existem números oficiais. Mas dizem que pelo menos 37 crianças nasceram mortas devido a malformações no sistema nervoso. Esse número deve ser bem maior.
Depois desse infeliz título dado pela ONU, as autoridades brasileiras resolveram adotar uma série de medidas para “limpar” a cidade. Muitas fábricas foram desativadas e outras tiveram de se adequar a algumas normas, como a instalação de filtros nas chaminés.
O ar ainda não é puro, mas a qualidade dele melhorou nas últimas décadas. Tanto que Cubatão já não é há muito tempo a cidade mais poluída do mundo.
Quais são as cidades mais poluídas do mundo?
O Olhar Digital preparou um texto só sobre esse assunto para você!
Mas já te adianto: o Top-5 tem apenas municípios que ficam na Índia. Completam a lista países como Bangladesh, Paquistão e Tajiquistão.
Você pode ler sobre as cidades mais poluídas do mundo neste link aqui.