O policial civil Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, é acusado de integrar uma organização criminosa na zona leste de São Paulo. Ele foi deletado por Vinícius Gritzbach, morto no Aeroporto Internacional de Guarulhos por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), em novembro do ano passado.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Bombom afirmou nunca ter tido contato direto com Gritzbach, delator do PCC. No entanto, revelou que ambos conheciam um empresário em comum. Trata-se de Alexander Augusto de Almeida, conhecido como “Alex, Rei do Camarote”.
As festas do Rei do Camarote
Em 2013, o Rei do Camarote revelou ter desembolsado R$ 50 mil em uma única noite nas baladas de São Paulo. À imprensa, ele listava os dez mandamentos para se dar bem nas noites, regadas a bebidas caras e mulheres.
Bombom afirmou que Almeida o defendeu quando Gritzbach o acusou de tê-lo entregado a policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em 2022.
O “Rei do Camarote” também é suspeito de lavar dinheiro para o crime organizado. Anteriormente, ele foi investigado por ocultação de bens, mas o inquérito foi arquivado por falta de provas.
Bombom pode ter informações comprometedoras
Em uma gravação obtida pela PF, Bombom tenta convencer Gritzbach de que não foi responsável por sua prisão. O policial afirmou “saber de muita coisa” e que “não faz nada de graça”. A PF acredita que isso sugere que o agente civil possui informações comprometedoras sobre outros policiais.
A investigação ainda revelou que os policiais envolvidos com Gritzbach mantinham um padrão de vida incompatível com seus salários.
No caso de Bombom, cujo salário como investigador especial é de R$ 12 mil, foram identificadas movimentações suspeitas de R$ 34 milhões em uma conta de um possível laranja.
Além disso, a PF encontrou R$ 680 mil em espécie em sua casa, valor que o policial alegou ser de um amigo e da sogra.