A Polícia Civil do Estado de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado, 11, um dos suspeitos de matar três homens e ferir outras seis pessoas em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na cidade de Tremembé (SP). O crime ocorreu na noite desta sexta-feira, 10.
Valdir Nascimento, de 52 anos, Denis Carvalho, de 29, e Gleison Barbosa, de 28, foram mortos durante o ataque. Valdir, conhecido como Valdirzão, era considerado uma das lideranças do assentamento Olga Benário.
A linha de investigação, que está a cargo da Delegacia Especializada de Investigações Criminais de Taubaté, é de que a motivação teria sido um desentendimento sobre a negociação de um terreno na área.
O detido, que é apontado como mentor intelectual do crime, é conhecido como “Nero do Piseiro” e já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi reconhecido por testemunhas que viram os criminosos no local em carros e motos.
Um outro homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no plantão da Delegacia Seccional de Taubaté.
Governo Federal age com urgência para atender MST
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal (PF) instaure inquérito para apurar o ataque ao assentamento do MST. O ministério informou que uma equipe da PF, com agentes, perito e papiloscopista, já se deslocou para Tremembé.
Em ofício encaminhado a Andrei Passos, diretor-geral da corporação, o ministro substituto Manoel Carlos de Almeida Neto determina que a PF “proceda abertura de investigação criminal para apuração dos fatos narrados”.
Diante da repercussão, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (Mdhc) anunciou que vai oferecer assistência e proteção às lideranças e demais moradores do assentamento. Também em nota, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, repudiou o atentado.
Em comunicado oficial, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) manifestou “sua solidariedade aos familiares, moradores do assentamento e ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, do qual as vítimas são integrantes”.