As queimadas que têm coberto parte do Brasil de fumaça viraram caso de polícia. Isso porque a Polícia Federal (PF) começou a investigar a ação de criminosos em incêndios ocorridos em florestas e propriedades rurais.
A PF abriu dois inquéritos para apurar o surgimento de focos de queimada em São Paulo. E existem outros 31 inquéritos para apurar incêndios na Amazônia e no Pantanal, informou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após participar de reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Queimadas pelo Brasil colocam estados em alerta e situação de emergência
No interior do estado de São Paulo, 34 cidades estão em alerta máximo para queimadas – chamadas de “atípicas” pela ministra – e 24 enfrentam focos ativos de incêndio, segundo o jornal Globo. O governo estadual decretou situação de emergência em 45 municípios.
Até a publicação desta nota, dois homens tinham sido presos no estado de São Paulo, acusados de provocar incêndios, disse o governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em coletiva de imprensa. As prisões ocorreram em São José do Rio Preto no sábado (24) e em Batatais no domingo (25).
No entanto, São Paulo não é o único estado a enfrentar queimadas e suas consequências. A fumaça atingiu seriamente cidades de Goiás e Minas Gerais, por exemplo. Em Goiânia, a falta de visibilidade levou ao fechamento do Aeroporto Internacional Santa Genoveva. Em Minas, ocorreram 68 focos de incêndio em 27 municípios.
A fumaça das queimadas também atingiram Brasília. Foi isso (também) que levou o presidente Lula a convocar uma reunião com a ministra do Meio Ambiente. Funcionários do Ibama também participaram. Após a reunião, Marina disse que há forte suspeita de que as queimadas no estado de São Paulo fazem parte da articulação de um “novo dia do fogo” – o primeiro ocorreu na Amazônia e no Pantanal em 2019.
Tem tanta fumaça de queimadas em cima do Brasil que dá para ver do espaço
Na semana passada, o Olhar Digital apontou que a fumaça das queimadas na Amazônia e no Pantanal criou uma espécie de corredor de fumaça. E esse corredor tomou proporções tão grandes que dava para vê-lo em imagens de satélite.
O “corredor de fumaça” apareceu por conta de outro fenômeno, conhecido como “rios voadores” – corredores de umidade atmosférica que vão da região amazônica até o centro-sul.
Na falta de água evaporada (porque fazia tempo que não chovia) e excesso de queimadas, ele virou um “rio atmosférico de fumaça”, segundo Estael Sias, meteorologista da MetSul.