sexta-feira, novembro 22, 2024
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Polícia Federal detalha ‘hierarquia da fraude’ na Americanas

Na última quinta-feira, 27, a Polícia Federal (PF) requisitou à Justiça Federal do Rio de Janeiro a abertura da Operação Disclosure, que investiga uma fraude de R$ 25,3 bilhões na Americanas. No pedido, a corporação detalhou o que chamou de “hierarquia da fraude”.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os principais alvos são o ex-CEO da empresa Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali, considerados parte da hierarquia dos ilícitos. A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de Gutierrez e Saicali.

A prisão de Gutierrez ocorreu em Madri, na sexta-feira 28, mas sua custódia foi revogada no dia seguinte. Ele nega envolvimento nas fraudes. Anna Saicali, que estava em Lisboa, retornou ao Brasil.

Outros 14 ex-executivos da Americanas estão sob suspeita de participação nas fraudes. Entre eles, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, que fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público Federal.

“Enquanto a companhia ruía, a alta cúpula executiva empregava todos os esforços em uma fraude que os tornaram milionários”, informa relatório assinado pelo delegado André Gustavo Veras de Oliveira, da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros da PF no Rio.

As fraudes na Americanas, segundo a PF, ocorreram por mais de uma década. Flávia afirmou que, desde que entrou na empresa, em 2007, já identificou fraudes. A orientação da chefia foi para resolver os problemas “em doses homeopáticas” por causa da abertura de capital da empresa.

Diretores da Americanas manipula o mercado

Segundo o Estadão, os investigadores afirmam que os ex-diretores se associaram para manipular o mercado por anos. A antiga cúpula recebia os resultados reais da empresa mensalmente, alterava os números e divulgava dados fictícios.

Em e-mails interceptados, por exemplo, uma planilha mostrava que uma das empresas do grupo teve um prejuízo de R$ 209 milhões no primeiro trimestre de 2021, mas divulgou ao mercado um lucro de R$ 129,4 milhões.

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“As notícias divulgadas ao mercado eram sempre num sentido positivo”, disse Veras. “Demonstrando números exorbitantes, sendo estes completamente irreais e descolados da realidade.”

O delegado acrescentou que, “nesse mesmo período, a companhia divulgava resultados excepcionais de B2W, que na época era considerado um dos grandes ‘cases‘ de sucesso da Bolsa de Valores”.

Os e-mails são uma peça central da Operação Disclosure. Centenas de mensagens comprovam as fraudes contábeis na Americanas, destaca a representação da Polícia Federal à Justiça. A PF identificou fraudes que envolvem operações de risco sacado e contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), que contabiliza VPCs inexistentes.

Via Revista Oeste

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