A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira, 25, uma operação que investiga um grupo suspeito de atuar na concessão ilegal de benefícios sociais para venezuelanos, em Roraima.
Autoridades acreditam que o prejuízo causado pelo esquema é de R$ 33,4 milhões. A cidade de Pacaraima, no norte do Estado, é uma das principais portas de entrada para as pessoas que fogem da ditadura da Venezuela.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, existiria um mercado responsável por dar o benefício da prestação continuada (BPC) aos venezuelanos. Assim, a quadrilha criaria falsos endereços no Brasil para que as pessoas conseguissem ter acesso aos benefícios.
O BPC é o pagamento de um salário mínimo para idosos que tenham pelo menos 65 anos. Ou, então, para pessoas que tenham deficiência (qualquer idade).
O preço do serviço ilegal para os refugiados é de R$ 7 mil. Depois do pagamento, uma equipe de advogados operaria junto de assessores previdenciários para driblar os trâmites burocráticos e favorecer os clientes. Esse grupo estaria localizado em Pacaraima, Boa Vista (RR) e outras cidades do Norte.
Outra pilar da quadrilha é o grupo de “coiotes venezuelanos”, como apelidou o Estadão. Essas pessoas trariam cidadãos da Venezuela para efetuar os pedidos ilegais.
Depois de concluírem o processo burocrático, os falsos beneficiários abandonariam cartões e senhas com intermediários e retornariam à Venezuela.
A operação da Polícia Federal
Durante a operação desta sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Boa Vista e na cidade de Bonfim. No processo, sete pessoas estão sob investigação. O grupo seria composto de servidores municipais e um advogado.
A PF recolheu R$ 290 mil em espécie. Além disso, capturou um celular e parte dos R$ 39 mil que o advogado tentou jogar pela janela. As autoridades também capturaram uma espingarda que estava com um dos investigados.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens no mesmo valor do prejuízo causado aos cofres públicos.