Um oficial do serviço de segurança presidencial confirmou nesta quarta-feira, 11, que a polícia da Coreia do Sul invadiu o escritório do presidente Yoon Suk Yeol.
A ação faz parte de uma investigação ampliada sobre a tentativa frustrada do líder de instaurar a Lei Marcial no país, ocorrida na semana anterior. A polícia nacional, no entanto, se recusou a confirmar oficialmente a busca no local.
Segundo a agência Yonhap, os investigadores obtiveram um mandado de busca que identificava Yoon como alvo da operação. Esse movimento representa um aumento significativo na pressão contra o presidente, além de outros altos funcionários militares e policiais envolvidos na declaração de Lei Marcial em 3 de dezembro.
A medida causou grande tumulto político e institucional, e colocou a Coreia do Sul, a quarta maior economia da Ásia e um importante aliado dos Estados Unidos, em uma grave crise constitucional.
Na ocasião, Yoon não estava no seu escritório presidencial, pois sua residência oficial fica em outro local. Desde que se desculpou publicamente no último sábado, 7, por tentar impor a medida, o presidente não foi mais visto em público. Embora esteja sendo investigado criminalmente por insurreição, Yoon não foi preso ou interrogado até o momento. Ele, no entanto, está proibido de deixar o país.
A crise política se intensificou. O questionamento sobre quem realmente governa o país aumentou. O principal partido da oposição, por exemplo, planeja realizar uma nova votação de impeachment no parlamento no próximo sábado, 14. Na primeira votação, realizada no sábado, a proposta não foi adiante. A maioria dos legisladores do Partido do Poder Popular (PPP) boicotou a sessão.
O comissário da Polícia Nacional da Coreia do Sul foi preso
Além disso, o comissário da Polícia Nacional, Cho Ji-ho, foi preso nesta quarta-feira, acusado de insurreição. Ele é investigado por ter enviado policiais para bloquear a entrada dos legisladores no parlamento depois da declaração da Lei Marcial.
Depois da medida de Yoon, parlamentares, incluindo integrantes do seu próprio partido, desafiaram a segurança montada ao redor do prédio. Eles votaram para que o presidente revogasse a medida. Yoon atendeu à solicitação poucas horas depois.
O líder do PPP, Han Dong-hoon, declarou que o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiria a administração dos assuntos de Estado enquanto o partido busca uma solução “ordenada” para a renúncia de Yoon. Questionada sobre quem realmente governa a nação, a assessoria de Yoon declarou, nesta terça-feira, que não havia “nenhuma posição oficial” a respeito.
O comandante do Comando de Guerra Especial do Exército, Kwak Jong-geun, revelou, durante uma reunião no parlamento, que o presidente havia dado ordens para enviar tropas ao parlamento com o objetivo de forçar a entrada dos legisladores. De acordo com Kwak, Yoon teria instruído suas tropas a “arrombar a porta” e “arrastar” os parlamentares. Também foi mencionado que o ministro da defesa, Kim, teria dado a mesma ordem.