A corregedora-geral da Polícia Civil de São Paulo, Rosemeire Francisco Ibañez, determinou, no último domingo, 15, a abertura de investigação preliminar sobre o vazamento de informações de policiais a um ex-auxiliar do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o jornal O Globo, a servidora assinou a ordem duas horas e meia depois de o jornal Folha de S.Paulo publicar uma reportagem afirmando que o ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE Eduardo Tagliaferro levantou informações sigilosas.
Dados eram sobre a segurança de Moraes
Com a suposta ajuda de um policial civil de São Paulo, Tagliaferro teria acessado dados envolvendo possíveis ameaças à segurança de Alexandre de Moraes e seus familiares. Entre esses dados estariam mensagens nas redes e encomendas de origem suspeita enviadas à mulher do ministro.
Segundo a Folha, Tagliaferro buscou informações a pedido do policial militar de São Paulo Wellington Macedo, que atua no gabinete de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).
TSE aparece como único “interessado”
Na época dos fatos, de agosto a dezembro de 2022, o ministro do STF também atuava no TSE, acumulando funções nos dois tribunais. Moraes chefiou a Corte Eleitoral até junho deste ano.
No despacho da corregedora, o TSE aparece como único “interessado” no caso. Questionado, o tribunal não respondeu se pediu à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que apurasse o vazamento de informações. O Supremo também não se manifestou.
O uso da Assessoria Especial do TSE para coletar informações sobre a segurança de Moraes foge das atribuições do órgão, criado em 2022 pelo TSE para combater a disseminação de fake news contra o processo eleitoral.
A segurança dos integrantes do STF é de responsabilidade da Secretaria de Segurança do tribunal, formada por policiais judiciais. O contato de Tagliaferro na Polícia Civil de São Paulo seria de um agente de “sua extrema confiança”.