Nada contra a realização de grandes eventos musicais em Teresina com bandas nacionais e locais, desde que não perturbem o sossego público até o dia amanhecer, como vem acontecendo com os shows realizados com frequência embaixo da ponte estaiada e em outros espaços públicos.
As empresas que promovem esses eventos faturam uma grana alta e nunca tiveram a preocupação de comprar um terreno em área isolada na zona rural, para construir um grande espaço de eventos ou mesmo na área urbana, desde que com devido isolamento acústico.
Deveriam se espelhar no exemplo do empresário, Valmir Miranda, dono do jornal O DIA, que mandou construir o Teresina Hall, ali nas proximidades da ponte da Primavera, mas teve o cuidado de mandar fazer o isolamento acústico para não perturbar o sossego público.
Hoje, quem mora próximo da Ponte Estaiada e da Avenida Cajuína não consegue dormir com tanto barulho que, muitas vezes, começa cedo da noite e vai até o sol raiar, num flagrante desrespeito à Lei do Silêncio. E as nossas distintas autoridades o que fazem? Absolutamente nada, fingem que nada têm a ver com o problema.
Os imóveis residenciais naquela área estão perdendo o valor por causa do barulho intenso, sem limites, nos finais de semana, principalmente, afinal quem vai querer morar num local onde não pode descansar após uma jornada de trabalho?
Dá para acreditar que empresas como o Sistema Meio Norte de Comunicação, uma das que mais fatura com a realização de grandes eventos musicais em Teresina, não disponha de recursos para investir na construção de uma grande e moderna casa de eventos?
É claro que pode. O problema é que nosso empresariado, com raras e honrosas exceções, tem uma mentalidade tacanha e espera que o poder público banque tudo para que eles ganhem cada vez mais dinheiro, desrespeitando as leis e perturbando impunemente o sossego público.
Durante Micarina Meio Norte são três noites de intenso brulho na Avenida Cajuína, carnaval fora de época licenciado pela PMT.
Portanto, é perda de tempo esperar que o governo ou a Câmara Municipal adotem alguma providência no sentido de fazer valer a Lei do Silêncio, já que a prefeitura é a primeira a desrespeitá-la ao autorizar os eventos na Ponte Estaiada, e nas principais avenidas da cidade, a exemplo da Cajuína.
A saída é acionar o Ministério Público e a Justiça do Estado contra esses abusos na esperança de que os responsáveis pela poluição sonora e as autoridades omissas sejam enquadradas na forma da lei.
A esperança é a última que morre!