domingo, julho 7, 2024
InícioCiência e tecnologiaPlantas estão se espalhando pela Antártida

Plantas estão se espalhando pela Antártida

Registros fotográficos recentes mostraram que duas espécies de plantas nativas da Antártida estão se espalhando pelo território, algo raro até então e que é consequência do aquecimento global. Ao mesmo tempo, pesquisadores da Universidade de Washington registraram um recorde de temperatura “fora do normal” no continente, que arrisca a manutenção do bioma gelado.

Plantas na Antártida

Os registros mostraram que duas espécies de angiospermas (plantas com flor) estão se espalhando pela Antártida: tratam-se da erva-pilosa-antártida (Deschampsia antarctica) e a pêra-da-antártida (Colobanthus quitensis).

O clima local é inóspito para uma grande variedade de plantas, já que apenas 2% do território não é coberto por neve, o que dificulta o crescimento e explica a ausência.

Segundo Mariana Cabral de Oliveira, professora do Instituto de Biociências da USP, ao Jornal da USP, o principal responsável pela mudança nesse cenário é o aquecimento do continente, fruto das mudanças climáticas.

Ainda, apesar da proliferação das angiospermas ser raro, a Antártida tem outros tipos de organismos fotossintetizantes, como líquens, musgos e algas terrestres.

Colobanthus quitensis, a pêra-da-antártida (Foto: Liam Quinn/Flickr)

Aquecimento global

Em março de 2022, pesquisadores da Universidade de Washington já haviam feito descobertas preocupantes:

  • Eles registraram um aumento de temperatura de cerca de 39ºC acima da média no Domo C, no Planalto Antártico, o lugar mais frio da Terra;
  • A média de temperatura por lá é -50ºC, mas chegou a -11,5ºC;
  • De acordo com Robert Rohde, cientista-chefe da organização de análises climáticas Berkeley Earth, a temperatura foi um “novo recorde mundial para o maior excesso de temperatura acima do normal já medido em uma estação meteorológica”;
  • Para Oliveira, essas mudanças que causam o cenário diferente no continente, propiciando a proliferação das plantas.

Ela ainda destaca que, desde 1959, o Tratado Antártico define uma série de regulamentações para que pessoas que visitem o continente tomem medidas, como limpar vestimentas ou calçados, para não contaminá-lo com sementes ou novas espécies, e desbalancear a flora local.

Deschampsia antarctica
Deschampsia antarctica, a erva-pilosa-antártida (Foto: Ken Griffiths/Shutterstock)

Soluções

Para Ilana Wainer, professora de Oceanografia Física do Instituto Oceanográfico da USP, ao site, a reversão do cenário atual da Antártida é difícil, principalmente quando os gases efeito estufa emitidos pela atividade humana são a principal causa do aquecimento global.

No entanto, um quadro de melhora envolve investimentos em pesquisas científicas para estudar e compreender os fenômenos, levando ao debate de estratégias de mitigação dos impactos.

Isso depende do esforço global, segundo ela.

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui