domingo, outubro 6, 2024
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Planta mortal mata polinizadores, mas cuida de seus filhotes

Um novo estudo publicado na revista científica New Scientist nesta terça-feira (20), indica uma evolução na relação entre a planta mortal Arisaema e seus polinizadores. De acordo com a pesquisa, o relacionamento pode ser mutualmente benéfico, mesmo que um dos lados morra no processo.

Plantas da família Arisaema, famosas por capturar e matar os seus polinizadores, também podem servir como uma espécie de berçário para os ovos dos insetos, revelando uma relação que desafia as suposições existentes.

Foi dito, inicialmente, que tais plantas atraem seus polinizadores primários, que são mosquitos de fungo, imitando a aparência e o cheiro de cogumelos mofados. Uma vez que o inseto está no interior da planta, não consegue rastejar para fora, já que a flor possui uma substância dentro dela que o prende.

Ao lutar dentro do corpo da planta, o mosquito espalha pólen e poliniza completamente a planta. No entanto, acaba morrendo no processo por conta do desgaste, fazendo o processo ser benéfica apenas para um dos lados.

Agora, no entanto, pesquisadores acreditam que o polinizador também pode ter uma vantagem.

Kenji Suetsugu e a sua equipe da Universidade de Kobe, no Japão, incubaram 62 flores da espécie Arisaema e notaram algo inusitado. Os mosquitos presos depositavam seus ovos nas copas das flores. Quando as flores começavam a morrer, essas larvas se alimentavam de sua carne murcha e em decomposição e, algumas semanas depois, surgiam saudáveis como adultas.

“O fato de as armadilhas poderem desempenhar uma dupla função, como local de polinização e como berçário para a próxima geração de polinizadores, é de fato surpreendente”, disse Suetsugu à revista.

Além disso, alguns mosquitos conseguiam escapar do interior das plantas antes que fosse “tarde demais”, o que pode significar que a relação não é estritamente letal para o polinizador, explicou Suetsugu.

Isso significa que as plantas estão começando a encontrar um equilíbrio entre garantir a polinização e não esgotar totalmente a população de mosquitos polinizadores.

“Estas descobertas sugerem que a relação entre a Arisaema e os seus polinizadores é muito mais complexa do que se pensava anteriormente e não pode ser categorizada como puramente mutualista ou antagônica”, concluiu o pesquisador.

 

Via CNN

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