Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apostam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode acabar isolado após a tensão criada entre ele e o Planalto.
A série de recados do presidente da Câmara ao Palácio do Planalto tem surtido efeito contrário no governo, que não se intimidou e procura manter o clima de normalidade em negociações com o Congresso para 2024. Ainda que dependa — e muito — dos votos de Lira.
Sob reserva, lideranças próximas ao petista afirmam que Lira deve perder apoio de agentes externos influentes. Por exemplo: o mercado financeiro, que costuma cobrar da política um ambiente menos turbulento e mais previsível.
Diante do cenário, articuladores do governo têm feito afagos a lideranças do núcleo político de Lira. Nesta terça-feira (6), por exemplo, Alexandre Padilha publicou uma foto ao lado do líder do PP, Dr. Luizinho.
Isolado por Lira, essa tem sido a estratégia adotada por Padilha: manter-se no jogo valorizando o contato direto com parlamentares.
A movimentação paralela de pré-candidatos à sucessão na Câmara também tem movimentado o tabuleiro.
Na ausência de Lira, Marcos Pereira (Republicanos-SP), por exemplo, se aproximou do Planalto.
O nome de Pereira é um dos citados com frequência por assessores de Lula como um candidato meio-termo, com potencial para agradar a deputados e governo.
Em resumo: interlocutores admitem que Lula está longe de se sentir confortável com a artilharia de Lira. Mas afirmam que o presidente não pode, nem deve, assumir uma postura bélica. A estratégia no Planalto, Lira já conhece: silencia para isolar.
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