sábado, outubro 5, 2024
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Placa eletrônica vira gelatina e pode ser solução ao lixo eletrônico

As placas de circuito impresso (PCB) são a base para a montagem de circuitos eletrônicos, sendo usadas em peças eletrônicas como chips, resistores e transformadores. No entanto, esse componente é difícil de ser reciclado ou descartado, e acaba virando lixo eletrônico.

Uma nova pesquisa da Universidade de Washington resolveu o problema: a equipe criou uma peça substituta que vira gelatina e facilita o reaproveitamento do material.

Como funcionam as placas de circuito

Primeiro, vamos entender como funcionam as placas de circuito:

  • Como explicou o New Atlas, essas peças têm uma camada de fibra de vidro no interior, fundamental para o funcionamento dos produtos;
  • Essa fibra de vidro é composta por dois materiais: fibra de vidro tecida e resina epóxi, que são difíceis de separar um do outro;
  • Os materiais da composição são de difícil decomposição na natureza e a melhor alternativa seria a reciclagem. No entanto, a recuperação das peças é demorada e trabalhosa e, muitas vezes, a indústria prefere queimar a fibra de vidro para recuperar os outros componentes;
  • O problema é que os resíduos dessa operação também são danosos ao meio ambiente, criando um problema de lixo eletrônico ou poluição.
Produção das peças do vPCB (Imagem: Mark Stone/University of Washington/Reprodução)

Solução para o lixo eletrônico

Desse desafio, surge a solução do PCB experimental de gelatina.

O projeto substitui a resina da fibra de vidro por um polímero chamado vitrímero. Enquanto a placa estiver sendo usada, o novo componente continua firme e permite o funcionamento do produto normalmente, como na composição tradicional.

O que muda é quando o PCB se esgota. Na hora de descartar o eletrônico, o vPCB (placa de circuito impresso de vitrímero) é enviada a uma unidade de reciclagem e imerso em um solvente orgânico com ponto de ebulição baixo. Nesse processo, o vitrímero incha e se torna gelatinoso.

Ao final da operação, os outros componentes eletrônicos da placa continuam intactos e podem ser reutilizados. O próprio vitrímero tem 98% de reaproveitamento e 91% do solvente também pode ser reutilizado.

Processo de reciclagem da fibra de vidro usando o solvente (Imagem: Mark Stone/University of Washington/Reprodução)

Outras vantagens

Outras vantagens da invenção é que ela pode ser fabricada e reciclada com facilidade em instalações já existentes. A reciclagem também é contínua, evitando a produção de mais lixo eletrônico.

Segundo cientistas, os vPCBs apresentam uma redução de 48% no aquecimento global e 81% nas emissões cancerígenas vindas da queima em comparação com os PCBs tradicionais.

Via Olhar Digital

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