O Partido Liberal decidiu manter a indicação da deputada Carolina de Toni (PL-SC) para a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A congressista enfrenta resistência de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Depois de semanas de negociação, líderes partidários avançaram ontem (5) no acordo para a divisão da presidência das comissões permanentes, que devem ser instalada nesta quarta-feira (6).
Como a CNN mostrou, o impasse sobre a presidência da CCJ – tida como a mais importante da Câmara e por onde passam praticamente todos os projetos – atrasou a distribuição.
Os partidos com as maiores bancadas eleitas têm a preferência de escolher quais comissões querem presidir. O PL tinha prioridade na escolha por ter elegido 99 deputados em 2022 – a bancada atual tem 96. A CCJ, entretanto, também era cobiçada por partidos do Centrão.
No ano passado, o PL abriu mão de presidir a CCJ para ter a relatoria do Orçamento federal. Neste ano, a sigla decidiu reivindicar o colegiado e escolheu Carol De Toni para o cargo. A deputada é integrante da bancada do agronegócio e é defensora da pauta pró-vida contra a legalização do aborto.
Além da CCJ, o PL também terá o comando das comissões de Educação, Segurança Pública, Esporte e Previdência.
A de Segurança Pública será comandada por Alberto Fraga (PL-DF), que também preside frente parlamentar sobre o tema no Congresso. Antes, na divisão inicial, o colegiado ficaria com o União Brasil, mas teve prioridade nas negociações do PL.
A Comissão de Esporte deve ser presidida pelo deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), e a de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família pelo deputado Pastor Eurico (PL-PE).
Para a de Educação, que também foi disputada pelo PT, o partido decidiu indicar o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Mas a questão ainda não está pacificada.
Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que foi negociado acordo para o PT indicar o vice-presidente na Comissão de Educação e o PL indicar o vice na Comissão de Saúde, que deve ser presidida pelo Dr. Francisco (PT-PI).
“Fizemos várias ponderações sobre algumas indicações. O PL não abre mão e nós vamos pacificar: eles vão indicar o vice da Comissão de Saúde e o PT vai indicar o vice da Comissão de Educação para atenuar essas tensões todas”, disse em entrevista a jornalistas.
As instalações das comissões permanentes da Casa estavam marcadas para esta quarta-feira (6) a partir de 15h, mas atrasaram. Líderes partidários chegaram a pedir ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para o adiamento para a próxima semana. Os chefes de bancada argumentam que não tiveram tempo para definir as indicações dos representantes das siglas em cada comissão. Apesar do apelo, as instalações foram mantidas.
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