quarta-feira, junho 4, 2025
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PL de Bolsonaro tem acordo para eleger 44 senadores em 2026

Lideranças do centrão e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram uma articulação para formar uma maioria no Senado Federal a partir de 2026. A informação foi publicada pela coluna da jornalista Raquel Landim, no portal UOL, nesta segunda-feira, 2.

Segundo a apuração, o grupo pretende eleger 44 senadores nas próximas eleições, o que, somado aos parlamentares que já possuem mandato até 2030, resultaria em um bloco de até 59 senadores à direita.

A estratégia contempla o apoio de Bolsonaro a dois nomes em cada Estado: um senador de perfil ideologicamente mais próximo ao ex-presidente e outro considerado mais moderado, desde que alinhado à oposição ao governo federal. A ideia é ampliar o espectro de apoio e viabilizar vitórias eleitorais em regiões com características políticas distintas.

Um dos principais articuladores da oposição calcula que é possível eleger 40 senadores nos Estados do Centro-Sul, onde a direita já conta com bases eleitorais consolidadas. No Nordeste, reduto tradicional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a expectativa mais cautelosa é conquistar quatro cadeiras.

Caso o plano se concretize, a nova composição do Senado poderia alterar o equilíbrio institucional em Brasília. Com 59 senadores, o bloco oposicionista teria maioria absoluta em uma Casa composta por 81 membros.

Isso abriria margem para a apresentação de pautas hoje consideradas inviáveis, como a abertura de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes.

O tema gerou reação no governo federal. No último domingo, 1º, durante o Congresso do PSB, Lula comentou o cenário com preocupação. Segundo ele, a oposição pode utilizar uma eventual maioria no Senado para confrontar o Judiciário.

“Para o Brasil, tem que pensar onde a gente pode eleger e pegar os melhores quadros e eleger senador, deputado, porque precisamos ganhar maioria no Senado”, disse. “Porque, senão, vão avacalhar a Suprema Corte.”

Entre líderes governistas, há ceticismo quanto aos números apresentados pela oposição. Atualmente, o campo de direita conta com cerca de 25 senadores. Um integrante do núcleo de articulação do governo, porém, admitiu que uma maioria simples de 41 senadores — número necessário para aprovar matérias ordinárias — é possível de ser alcançada pela oposição.

Sessão no Senado Federal em dezembro de 2024 | Foto: Pedro França/Agência Senado

Diante desse cenário, a base governista também se movimenta. A estratégia, segundo fontes ouvidas pela coluna do UOL, é mapear os Estados e identificar nomes com maior viabilidade eleitoral para o Senado.

O objetivo declarado não é necessariamente ampliar a bancada do PT, mas garantir vitórias de candidatos alinhados ao presidente Lula. Uma lista com esses nomes deverá ser apresentada ao petista nos próximos dias.

As movimentações antecipam uma disputa eleitoral que tende a extrapolar as fronteiras estaduais e ganhar contornos nacionais. Com a crescente judicialização da política e a centralidade do STF em decisões de impacto, a composição do Senado em 2026 poderá desempenhar papel determinante nos rumos institucionais do país a partir de 2027.

Via Revista Oeste

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