A Islândia é conhecida pela intensa atividade vulcânica. Mas ultimamente até os especialistas estão impressionados com o que está acontecendo na região. Após quase 800 anos de relativa tranquilidade, os vulcões na Península de Reykjanes praticamente não descansam mais. E a situação pode permanecer assim por muito tempo.
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Sistemas vulcânicos estão conectados
Foram oito erupções na região desde 2021. Só de dezembro do ano passado para cá, o período mais recente de atividade vulcânica, foram cinco casos. Em função da atividade constante, pesquisadores decidiram investigar. O resultado, publicado na revista Terra Nova, não é nada animador.
Segundo os cientistas, erupções vulcânicas de intensidade semelhante às últimas registradas devem continuar na região por décadas. O estudo alerta que as autoridades da Islândia precisam estar preparadas para o cenário.
O trabalho analisou dados de ondas sísmicas de erupções vulcânicas para mapear a subsuperfície da Península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia, que abriga a maior parte da população do país. Eles descobriram que as erupções de 2021 do sistema vulcânico Fagradalsfjall foram alimentadas por um bolsão de magma que então escorreu ao longo das linhas geológicas até Sundhnúkur, onde vulcões expelem lava desde o final de 2023.
A descoberta sugere que um “sistema de canalização de magma conectado” une os dois sistemas vulcânicos. O derretimento da rocha mais profunda no manto reabastece a “piscina de magma”, o que pode alimentar erupções nas próximas décadas.
As últimas erupções na região
- Já foram cinco erupções em território islandês em apenas sete meses.
- Elas ocorreram em 18 de dezembro de 2023, além de 14 de janeiro, 8 de fevereiro, 19 de março e 29 de maio deste ano.
- Por conta da intensa atividade vulcânica, Grindavik chegou a ser esvaziada ainda no final do ano passado.
- Na oportunidade, os moradores puderam voltar para suas casas no dia 22 de dezembro, antes de serem removidos do local mais uma vez.
- Após a primeira erupção, muros foram construídos ao redor do vulcão.
- O objetivo era que, em caso de novas atividades vulcânicas, a lava fosse direcionada para longe das casas.
- Uma das explicações para as várias erupções registradas no local é que a ilha da Islândia fica entre duas placas tectônicas: a norte-americana e a euroasiática.
- Uma falha contorna a capital da Islândia, Reykjavik, e atravessa diretamente a península de Reykjanes, onde fica Grindavik.
- No total, o país tem 33 vulcões, ou sistemas vulcânicos, catalogados como ativos.
- Em média, ocorre uma erupção a cada quatro ou cinco anos em território islandês.