quinta-feira, novembro 21, 2024
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Piloto e avião de combate podem virar um só com novo capacete

Se você acompanha notícias sobre aviões de combate ou simplesmente já assistiu “Top Gun”, deve estar familiarizado com os capacetes robustos e tecnológicos que os pilotos usam. O F-35 Lightning II, da Lockheed Martin, o avião de combate militar mais caro já produzido, é um dos que utilizava esse tipo de dispositivo.

Não mais. Para dar conta das novas exigências tecnológicas da aeronave, um novo capacete de 360 graus faz o avião “desaparecer” da frente para um campo de visão desobstruído, tem realidade aumentada (RA), design personalizado e pode até ver o solo. A intenção é que piloto e aeronave virem “um só”, com o humano se integrando ao sistema do avião.

Capacete foi desenvolvido para o avião de combate F-35 Lightning II

O F-35 Lightning II da Lockheed Martin custa US$ 109 milhões (cerca de R$ 594 milhões) e é o modelo mais caro deste tipo já produzido. Os custos operacionais anuais ficam em torno de US$ 6,6 milhões (cerca de R$ 36 milhões).

Não por menos, ele é considerado o avião de combate mais avançado do planeta, com tecnologia que evita detecção, sensores em todos os cantos, e capacidades de interferência de radar e de atingir velocidades superiores a Mach 1,6 (para se ter uma ideia, a velocidade do som é Mach 1).

São três variantes do F-35 e uma delas é VTOL, sigla referente aos modelos com capacidade de decolagem e pouso na vertical (categoria que abrange os carros voadores).

Diante disso, o capacete tradicional precisou ser atualizado. A intenção era ter modelo que não incluísse o avião de combate à frente, para possibilitar campo de visão mais claro.

Mais de uma década de desenvolvimento depois, a Collins Aeroespace chegou nesse modelo com o Genesis III ou HMDS Gen 3.

Visão lateral do capacete dentro de um F-35 (Imagem: Reprodução/Collins Aerospace)

Novo capacete vai transformar piloto em parte da aeronave

Vamos a algumas das especificações do novo modelo:

  • O HMDS Gen 3 serve como o display principal do piloto, mas, também, como sistema de controle de armas da aeronave. Afinal, a intenção é que o humano vire “parte” da tecnologia do avião de combate;
  • O F-35 tem seis câmeras posicionadas ao lado de fora apontadas para todas as direções, refletidas no visor do capacete. Isso dá ao piloto visão de 360 graus sem o avião obstruindo a visão. Ou seja, se ele olhar para baixo, não verá suas pernas e nem o chão da aeronave, mas o solo;
  • Ainda é possível coletar dados, usar RA, rastrear aeronaves amigas e inimigas, utilizar o sistema de mira e ter visão noturna;
  • O capacete ejeta o piloto do avião a 1.018 km/h, se necessário;
  • O modelo é mais pesado que os tradicionais, com 2,3 quilos (um tradicional de última geração pesa cerca de 1,5 kg).

Neste vídeo, a partir de 9:09, é possível ver demonstração do HMDS Gen 3, na prática, em avião de combate:

Assim como o avião de combate, capacete não sai barato

Para combinar com o F-35, o Genesis III não sai nada barato: custa US$ 400 mil por unidade, cerca de R$ 2,2 milhões.

Segundo o New Atlas, o capacete vem com personalizações que justificam o valor. Ele é formado por fibra de carbono na parte externa e espuma na parte de dentro. Todo o design é feito sob medida para o piloto, a partir de modelo 3D da cabeça.

A distância da pupila para o visor também é personalizada para garantir o foco em combate e há revisões de segurança a cada 120 dias.

Via Olhar Digital

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