quinta-feira, outubro 3, 2024
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PF recupera livro de 1823 furtado de museu no Pará há 16 anos

A Polícia Federal (PF) recuperou, nesta quarta-feira, 1°, em Londres, na Inglaterra, o livro de Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae, de 1823, do alemão Johann Baptist von Spix, que havia sido furtado em 2008 do museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará.

Conforme o portal G1, os agentes não deram detalhes de como especificamente a obra foi encontra e recuperada. O livro é uma coletânea sobre a fauna e a flora brasileira, especialmente sobre macacos.

A obra foi um dos 60 livros furtados em 2008 no museu paraense. Ao todo, as obras literárias dos séculos 17, 18 e 19 são avaliadas em torno de R$ 4 milhões. A PF estima valor de R$ 100 mil a R$ 200 mil para cada uma das obras. Três funcionários foram indiciados por peculado culposo, quando não há cuidado adequado, mas o inquérito foi arquivado por falta de provas.

O crime começou a ser elucidado quando a PF reabriu o caso em 2023, passando a trocar informações com as polícias internacionais, como a de Londres, Inglaterra, e Argentina.

Das 60 obras, os agentes recuperam cinco entre 2014, 2023 e 2024. Os livros estavam sendo vendidos em Nova York, Buenos Aires e Londres. Na semana passada, houve ainda uma devolução voluntária ao museu.

Trecho de ilustração do livro ‘Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae’, de 1823, alemão Johann Baptist von Spix, recuperado pela PF | Foto: PF/Divulgação

Com a ajuda de novos instrumentos de perícia e de cooperação internacional, os agentes da PF fazem o caminho inverso para encontrar os criminosos, ou seja, procuram os receptadores que lucraram com a venda das obras.

“O nosso objetivo é identificar o intermediador que fez a obra chegar na Europa”, disse o delegado Diego Dantas. “São esses intermediários e receptadores que viajam o mundo negociando e buscando esses bens, tanto no mercado legal como ilegal. É um segmento muito restrito. Pouquíssimas pessoas atuam com isso. Há indícios de que pelo menos um estrangeiro esteja envolvido.”

O estrangeiro mencionado poderia ter ido ao Pará em dezembro de 2008, quando o crime ocorreu. À época, um grupo de pesquisadores visitou o museu um dia antes, o que fez a polícia suspeitar que um deles repassou informações à quadrilha.

Na ocasião, o museu estava prestes a receber uma sala cofre e um sistema novo de segurança. Contudo, os criminosos agiram antes e deixaram poucos rastros. Os ladrões tinham conhecimento do valor histórico dos livros e adotaram métodos para “lavar” as obras roubadas. Os carimbos do museu foram apagados das páginas por lavagem química, mas os peritos conseguiram identificar as marcas.

Via Revista Oeste

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